
Iniciada em julho do ano passado e com previsão de entrega em janeiro desse ano, as obras de asfaltamento da estrada da comunidade de Buritis deverão estar concluídas somente em junho. Pelo menos esta é a nova previsão de entrega feita pela Prefeitura, entretanto, como a obra foi paralisada e ainda não foi retomada, esse prazo poderá ser dilatado. A primeira etapa da obra, que deveria contemplar o asfaltamento de pouco mais de três quilômetros (3.683 metros) foi entregue à empreiteira Terramares, ao custo inicial de R$ 4,1 milhões.
Os atrasos na execução da obra exigiram um primeiro aditamento contratual de R$ R$ 610.301,91, além da prorrogação do prazo de entrega da obra para junho. Com o aditamento, o custo desta primeira fase pulou de R$ 4,1 milhões para R$ 4,7 milhões (R$ 4.760.301,91).
Para a execução da segunda etapa, a Prefeitura contratou a Empresa de Construção e Conservação Rodoviária (ECR) ao custo de R$ 951.168,96. A empresa foi contratada em outrubro do ano passado e o prazo de conclusão era de dois meses. Entretanto, um aditamento contratual assinado pela Prefeitura e a ECR adiou a conclusão da segunda etapa para 24 de abril.
REFORÇO DE CAIXA
Até agora, o custo final da obra está estipulado em R$ 5,7 milhões (R$ 5.711.470,87). Em janeiro desse ano, a obra ganhou um reforço de caixa. O deputado federal Domingos Sávio (PL) anunciou que havia liberado R$ 2 milhões, através de emenda parlamentar, para ser aplicado na execução do asfaltamento. O reforço de caixa não deu o fôlego que se esperava na continuidade da obra, que vem sendo usada como palanque político pelo prefeito Gleidson Azevedo (Novo) e por vereadores de sua base.
Na sessão da Câmara Municipal desta quinta-feira (13) o vereador Hilton de Aguiar (Agir) cobrou a continuidade da obra e lembrou que a o asfalto já era para estar concluído. “Era para ter feito tudo, mas está pela metade”, disse. “No período eleitoral as pessoas vão ali e falam, babam, vomitam em cima do povo, e infelizmente o povo acredita, agora vem o desgosto para a população”, disse o vereador.
Sem citar a Prefeitura, o vereador foi irônico. “Estão fazendo [o asfaltao] de pedacinho em pedacinho. A promessa era realizar o asfaltamento em todo o trecho. Se foi prometido o asfaltamento de seis quilômetros, então tem que cumprir. Se não faz, é um tapa na cara da população que mora ali [no Buritis]”, disparou.
O vereador, que teoricamente é da base do prefeito na Câmara, lembrou que em meados de fevereiro foi prometido a conclusão das obras. “Tá esperando o que? Vai esperar outro ano eleitoral, no ano que vem, e mentir de novo para o povo?”, questionou. Hilton de Aguiar disse ainda que não há nenhuma programação para a continuidade da obra.
LIDER DO PREFEITO MENTE

O Portal do Sintram pediu um posicionamento da Prefeitura sobre a situação atual da obra, porém, como resposta recebeu um vídeo com o pronunciamento do vereador Ney Burguer (Novo), líder do prefeito na Câmara. O vereador afirma que a obra está sendo executada através de recursos de emendas do Deputado Domingos Sávio e do senador Cleitinho Azevedo (Republicanos) e disse que o dinheiro para a continuidade da obra ainda não está liberado.
Ney Burger ainda mentiu no plenário da Câmara ao tentar transferir a responsabilidade da paralisação da obra para o governo federal. Durante seu pronunciamento, ele disse que os recursos são federais, provenientes de emendas do deputado Domingos Sávio e do senador Cleitinho e que é responsabilidade do governo federal liberar a verba. Mentira. O governo federal não assinou nenhum convênio com o município de Divinópolis para asfaltamento da estrada de Buritis, portanto, não é responsabilidade federal a paralisação das obras por falta de dinheiro.
O Portal Transparência confirma que o líder do prefeito é mentiroso e mostra que os recursos para o asfaltamento da estrada devem sair da rubrica orçamentária destinada para obras e instalações da Secretaria Municipal de Fiscalização de Obra Públicas. A cláusula 14ª do contrato administrativo firmado entre o município e a empresa Terramares, que venceu a concorrência para a execução da primeira parte da obra, indica de onde deverão sair os recursos. Veja:

Reportagem: Jotha Lee
Sintram Comunicação