Categoria: Minas Gerais

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Prefeito é denunciado por crimes de falsidade ideológica e utilização de documentos falsos

Prefeito é denunciado por crimes de falsidade ideológica e utilização de documentos falsos

Irmão do prefeito responde por assassinato de vereador

Deiró Moreira Marra, prefeito de Patrocínio (Foto: Reprodução/Instragram)

 O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) ofereceu denúncia contra o prefeito de Patrocínio, Deiró Moreira Marra (PSD) pelos crimes de falsidade ideológica e uso de documento falso (artigos 299 e 304 do Código Penal). Pelos mesmos crimes também foi denunciado o irmão do prefeito, Jorge Moreira Marra, ex-secretário de Obras do município.

Segundo o MP, no início de 2022, o prefeito de Patrocínio e seu irmão utilizaram uma procuração falsa para compra de imóvel, com o objetivo de adquirir oito lotes para a empresa Alfa-MG Empreendimentos Imobiliários, de propriedade do irmão e do filho do prefeito. Os terrenos foram arrematados por outra empresa, que não existe mais, em leilão público realizado pela Prefeitura em 1995.

O documento falso também foi utilizado para obter autorizações na Prefeitura e, posteriormente, a empresa Alfa-MG Empreendimentos Imobiliários e o município registraram, falsamente, para evitar o pagamento de ITBI, as oito escrituras de compra e venda, como se a empresa fosse a verdadeira adquirente dos imóveis provenientes do leilão realizado em 1995. A manobra, segundo a denúncia, ainda teria causado danos ao erário municipal ao deixar de recolher o ITBI referente a esse último fato, e pagarem um valor menor do que o devido referente à primeira negociação.

HISTÓRICO

O prefeito de Patrocínio já possui um histórico de denúncias e condenações. Em 2021, foi condenado por corrupção passiva pela 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). A acusação referia-se a um pedido de propina à empresa Vale Fertilizantes, em 2017, quando Deiró teria solicitado que a empresa contratasse os serviços de transporte da Viação Cidade Paraíso Ltda., empresa na qual ele seria sócio oculto. Após a recusa da Vale, o prefeito teria revogado uma licença que permitia o uso do solo pela empresa.

A condenação resultou em uma pena de três anos e três meses de reclusão, convertida para prestação de serviços à comunidade e pagamento de 50 salários mínimos.

Além desse caso, em 2022, Deiró também foi acusado de fraudar uma licitação para a compra de veículos escolares, beneficiando empresas de sua família. A denúncia, apresentada pelo MP, apontou que o prefeito teria direcionado um pregão realizado em 2019 para contratar serviços de transporte escolar em troca da compra dos veículos de empresas ligadas a seus familiares, com valores acima dos de mercado.

ASSASSINATO DE VEREADOR

No início do mês de setembro, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) decidiu, por 3 favoráveis votos a 2, que o ex-secretário de Obras de Patrocínio, Jorge Moreira Marra, irmão do prefeito, será submetido a um novo julgamento pelo assassinato do ex-vereador Cássio Remis.

A decisão de anulação de julgamento anterior após recurso apresentado pelo Ministério Público e pela assistência da acusação, que argumentaram que o júri havia decidido “de forma contrária às provas apresentadas.” O caso em julgamento é o assassinato do vereador Cássio Remis, morto em 2020.  Segundo o MP, as evidências indicavam que Marra não agiu em legítima defesa, como havia sido alegado no julgamento anterior.

O crime ocorreu em setembro de 2020, quando o vereador Cássio Remis fazia uma transmissão ao vivo denunciando supostas irregularidades no uso de funcionários da Prefeitura de Patrocínio. Durante a transmissão, Jorge Marra tomou o celular de Remis, e, ao tentar recuperá-lo, o ex-vereador foi atingido fatalmente por seis disparos feitos por Jorge Marra.

Na ocasião, Marra foi condenado apenas por porte ilegal de arma de fogo, com a pena considerada cumprida devido ao tempo já passado na prisão. Agora, com a anulação do julgamento, Marra será novamente levado a júri popular, mas a data do novo julgamento ainda não foi definida.

Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram

Polícia Civil indicia acusado de crime de homofobia ocorrido em uma Academia

Polícia Civil indicia acusado de crime de homofobia ocorrido em uma Academia

a delegada Mariana Schlemper comandou as investigações (Foto: PCMG)

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, concluiu o inquérito policial que investigou um caso de lesão corporal motivada por homofobia. O crime ocorreu em 27 de abril deste ano, em um shopping da cidade, envolvendo um instrutor de 24 anos agredido por um homem de 32 anos, cliente da academia. O crime foi registrado por câmeras de segurança do estabelecimento.

A agressão teria começado após o suspeito afirmar que estava sendo encarado pelo instrutor. No entanto, vítima e testemunhas relataram que o ataque foi motivado por preconceito em relação à orientação sexual do agredido.

Conforme revelou a delegada Mariana Schlemper, responsável pela investigação, imagens das câmeras de segurança captaram o momento em que o homem derrubou a vítima e a chutou, além de proferir ameaças. “As imagens do circuito interno e das câmeras corporais da segurança foram analisadas pela equipe de investigadores, e um exame de corpo de delito confirmou as lesões”, informou. “Ficou muito claro para nós da equipe de investigação, a partir das provas coletadas, o ódio e aversão com a qual o indiciado tratou a vítima em função de sua orientação sexual, chegando a ameaçá-la de morte caso o instrutor o olhasse novamente”, ressaltou.

CRIME HEDIONDO

O delegado regional em Contagem, Wesley Geraldo Campos, comentou sobre a importância do caso. “A Polícia Civil tem feito enfrentamentos em relação ao crime de homofobia. É importante ressaltar que as questões relacionadas à homofobia são tratadas com seriedade pela polícia, considerando especialmente o entendimento do STF que enquadra a homofobia como racismo, ou seja, um crime grave e hediondo”, disse.

O escrivão Jouberth Maia Oliveira destacou as inconsistências da versão apresentada pelo suspeito durante interrogatório. “Fiquei responsável por ouvir as testemunhas, o suspeito e a vítima. A investigação apontou que houve um ódio por parte do investigado contra a vítima por ela ser homossexual. Esse aspecto fez toda a diferença na investigação. O suspeito tentou justificar seu comportamento, mas suas alegações não se sustentaram diante das provas coletadas, que demonstraram claramente o caráter homofóbico do ataque”, disse.

Com base nos depoimentos e nas provas colhidas, o suspeito foi indiciado pelos crimes de lesão corporal, ameaça e racismo, conforme o entendimento do Supremo Tribunal Federal, que enquadra a homofobia na Lei de Racismo (Lei 7.716/89). Com o encaminhamento do procedimento à Justiça, a PCMG também solicitou a prisão preventiva do indiciado.

“A investigação não é apenas sobre a agressão física, mas sobre a proteção da comunidade LGBTQIA+ e a afirmação de que atitudes homofóbicas não serão toleradas. Portanto, entendemos que ele oferece risco a essa comunidade e, portanto, deve ser acautelado”, concluiu a delegada Mariana Schlemper.

Fonte: Polícia Civil