Campanha de Gleidson Azevedo se mantém em silêncio sobre ataques do candidato à Laiz Soares

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Justiça eleitoral manda Laiz Soares tirar parte do vídeo postado nas redes sociais em que ela responde ao ataque

A coordenação da campanha do candidato à reeleição à Prefeitura de Divinópolis preferiu ficar em silêncio sobre as acusações atribuídas a Gleidson Azevedo (Novo), que teria qualificado a candidata oposicionista, Laiz Soares, como “vagabunda”. A denúncia do ataque foi feita pela própria candidata através de uma rede social.

Laiz Soares reproduziu em sua rede social o print de um diálogo extraído do Whatsapp do candidato Gleidson Azevedo, no qual ela é chamada de “vagabunda (Foto: Reprodução)

A candidata postou cópia de uma conversa extraída de uma rede social do candidato Gleidson Azevedo. Na conversa, o candidato diz que propagar mentira é crime, em resposta a questionamento feito por um eleitor sobre as denúncias que vem sendo divulgadas por Laiz Soares. “O que essa vagabunda está falando é mentira” e emendou: “ela vai ser processada”. Na conversa, o candidato também diz que quem propagar mentiras também será processado.

Na manhã desta segunda-feira (26), o Portal do Sintram questionou a coordenação da campanha do candidato Gleidson Azevedo sobre o assunto. A coordenação indicou a candidata a vice-prefeita, Janete Aparecida da Silva, como responsável pelo relacionamento com a imprensa. Questionada pelo Portal do Sintram sobre o assunto, Janete Aparecida não respondeu.

A coligação Junta e Vamos tentou impedir que o vídeo contendo a resposta de Laiz Soares ao ser chamada de “vagabunda” fosse mantido no ar na rede social Instagram. A Justiça Eleitoral atendeu em parte o pedido e determinou que fosse cortada a parte do vídeo em que Laiz acusa o candidato à reeleição de ter feito Caixa 2 nas eleições de 2020. O restante do conteúdo continua disponível no Instagram da candidata.

 O QUE DIZ A CANDIDATA

A coordenação da campanha de Laiz Soares também não respondeu ao Portal do Sintram. Em uma rede social, Laiz Soares interpretou o substantivo “vagabunda”, na forma como ela foi atacada pelo candidato à reeleição, como um a pessoa desocupada, que fica “vagando por aí”. Entretanto, os dicionários não registram essa definição. Os dicionários consultados indicam que os sinônimos para o substantivo feminino “vagabunda” são todos pejorativos, de cunhos sexuais ou de mediocridade. Já para o substantivo masculino – “vagabundo” -, a definição de fato é uma pessoa desocupada, malandra, que não gosta de trabalhar.

Em vídeo postado em sua rede social, Laiz Apareceu com uma carteira de trabalho para responder ao ataque do candidato à reeleição (Foto: Reprodução)

No vídeo postado em sua rede social, Laiz respondeu ao candidato à reeleição mostrando uma carteira de trabalho. Chamou o candidato de “herdeiro” do negócio da família e “nunca soube o que é levar um currículo, o que é ter uma carteira de trabalho assinada”. A candidata disse ainda que já teve que correr atrás de emprego e seu concorrente “nunca precisou bater um ponto na vida”. E emendou: “me respeite e respeite as mulheres”.

REDES SOCIAIS

Com apenas dois candidatos à Prefeitura, Divinópolis começa a assistir uma campanha eleitoral atípica. As redes sociais são os espaços encontrados pelos candidatos para mostrar suas qualidades, como também se tornaram um campo minado para troca de acusações. Os dois concorrentes estão utilizando principalmente o Instagram como veículo para ataques à honra e até mesmo à individualidade do opositor.

Uma pesquisa de opinião do DataSenado, instituto de pesquisa do Senado Federal, realizada em 2019, já apontava a influência crescente das redes sociais como fonte de informação para o eleitor. Naquele ano, quase metade dos entrevistados (45%) afirmaram ter decidido o voto levando em consideração informações vistas em alguma rede social. E a principal fonte de informação do brasileiro hoje é o aplicativo de troca de mensagens WhatsApp, segundo o levantamento. Das 2,4 mil pessoas entrevistadas, 79% disseram sempre utilizar essa rede social para se informar.

Em 2023, o mesmo DataSenado fez um levantamento sobre as mentiras divulgadas em redes sociais, as chamadas “fake news”, e constatou que 72% dos brasileiros estão muito preocupados com a quantidade de notícias falsas divulgadas nas redes sociais. A pesquisa aponta também que 80% dos cidadãos acreditam que a criação de uma lei específica de combate às fake news contribui para diminuir a quantidade de notícias falsas nas redes sociais.

Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram


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