Bolsonaro debocha de tortura sofrida pela ex-presidente Dilma durante o regime militar

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O presidente Jair Bolsonaro ironizou a tortura sofrida pela ex-presidente da República Dilma Rousseff no período em que ela esteve presa, na década de 70, durante a ditadura militar. Bolsonaro pôs em dúvida as agressões sofridas pela petista e por outras vítimas do regime que vigorou entre 1964 e 1985.  Admirador do coronel Brilhante Ustra, primeiro militar brasileiro condenado por tortura, ele disse não acreditar nos relatos feitos pela ex-presidente.

“Dizem que a Dilma foi torturada e fraturaram a mandíbula dela. Traz o raio X para a gente ver. Olha  que eu não sou médico, mas até hoje estou aguardando o raio X”, afirmou durante conversa com apoiadores na entrada do Palácio da Alvorada.

“O PT sempre falava de tortura de militar, né? ‘Oh, tortura, não sei o quê, perseguição’. Quando foi torturado e executado um cara deles, o PT não quis investigar. Os caras se vitimizam o tempo todo, fui perseguido”, declarou o presidente em referência ao ex-prefeito de Santo André assassinado em 2002.

REVELAÇÃO

Em 2001, antes de virar ministra de Minas e Energia, em seu primeiro cargo federal, Dilma relatou ao Conselho Estadual de Direitos Humanos de Minas Gerais o episódio: “Minha arcada girou para o lado, me causando problemas até hoje, problemas no osso do suporte do dente. Me deram um soco e o dente se deslocou e apodreceu. […] Só mais tarde, quando voltei para São Paulo, o Albernaz [capitão Alberto Albernaz, do DOI-Codi de São Paulo] completou o serviço com um soco, arrancando o dente”, contou.

A ex-presidente Dilma Rousseff rebateu os ataques feitos pelo presidente Jair Bolsonaro e o qualificou como “defensor da tortura e dos torturadores”. Dilma divulgou uma nota em suas redes sociais em que afirma que o atual presidente tem uma “visão de mundo fascista” que pode ser evidenciada “na celebração da violência”. Ela continua: “É triste, mas o ocupante do Palácio do Planalto se comporta como um fascista. E, no poder, tem agido exatamente como um fascista. Ele revela, com a torpeza do deboche e as gargalhadas de escárnio, a índole própria de um torturador”.

Fonte: Congresso em Foco

 

 


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