Autor: Sintram

Ministério Público desmente Prefeitura de Divinópolis sobre construção de ‘Novo Lixão’

Ministério Público desmente Prefeitura de Divinópolis sobre construção de ‘Novo Lixão’

Vice-prefeita afirmou que Ministério Público obrigou Prefeitura de Divinópolis a assumir o novo lixão. MP desmentiu. (Foto: Jotha Lee/Sintram)
Vice-prefeita afirmou que Ministério Público obrigou Prefeitura de Divinópolis a assumir o novo lixão. MP desmentiu. (Foto: Jotha Lee/Sintram)

A polêmica sobre a construção de um novo aterro sanitário em Divinópolis – ou um novo lixão – ganha novos contornos com a recente contradição entre a Prefeitura e o Ministério Público (MP). Em vídeo divulgado na última quarta-feira (17), a vice-prefeita Janete Aparecida afirmou categoricamente que a construção do lixão foi uma imposição do MP. 

No entanto, o Ministério Público desmentiu veementemente essa alegação, gerando ainda mais desconfiança e indignação na população.

CONTRADIÇÃO NO NOVO LIXÃO

Janete Aparecida afirmou que “o Ministério Público obrigou Divinópolis a aderir ao CIAS” (Consórcio Intermunicipal de Aterro Sanitário), justificando assim a decisão da prefeitura. Contudo, o Ministério Público rapidamente negou essa informação, declarando que não houve qualquer tipo de imposição nesse sentido.

“Divinópolis quis fazer (referindo-se ao aterro sanitário)? O prefeito Gleidson quis fazer? Não, nós não temos como não aderir ao Consórcio e não temos como não aderir aos estudos de tratamento, porque temos prazo […] Janete, quem obrigou vocês? Com todas as letras, o Ministério Público.”

Janete Aparecida – vice-prefeita de Divinópolis

Créditos: Portal Gerais

MINISTÉRIO PÚBLICO

Em comunicado oficial, o MP ressaltou que “não há registros de que o órgão tenha determinado à Prefeitura de Divinópolis a adesão ao CIAS ou a construção de um novo lixão”. A recomendação sempre foi pela busca de soluções ambientalmente corretas e sustentáveis para o tratamento de resíduos sólidos, conforme estabelecido pela legislação vigente.

“Assim, em breve resumo, o próprio município formalizou, na data de 12/09/2023, em sede de processo judicial, sua opção de prestar o serviço de destinação final de resíduos sólidos por meio do Consórcio Intermunicipal de Aterro Sanitário do Centro-Oeste – CIAS, opção viabilizada através de lei editada por seu Poder Legislativo, sendo o município provocado no bojo da ação de execução a demonstrar sua efetiva adesão à solução consorciada”, finalizou o MPMG.

MPMG – por meio de nota

SINTRAM É CONTRA NOVO LIXÃO

Como entidade representativa dos servidores municipais e defensora do interesse público, o Sintram se posiciona firmemente contra essa tentativa de desviar a responsabilidade da administração municipal para o MP. 

“Essa contradição é mais um exemplo da falta de transparência e responsabilidade da atual gestão. Os servidores municipais, assim como toda a população de Divinópolis, merecem esclarecimentos e uma gestão que trabalhe pela verdade e pelo bem comum”, afirmou Marco Aurélio Gomes, presidente do Sintram.

A construção de um novo lixão – mesmo sendo chamado pela atual administração de “usina” – não é apenas uma medida paliativa, mas também representa um retrocesso ambiental, contrariando práticas modernas de gerenciamento de resíduos que priorizam a reciclagem, compostagem e a redução da geração de lixo.

TRANSPARÊNCIA E COMPROMISSO

O Sintram exige que a Prefeitura de Divinópolis, já que diz que faz uma “administração de fora para dentro”, apresente um plano claro e transparente para a gestão dos resíduos sólidos, que envolva a participação popular e respeite as diretrizes ambientais. 

Além disso, é imperativo que a administração municipal assuma suas responsabilidades sem tentar transferi-las para outras instituições.

Um mês após inocentar a gestão da UPA por mortes na Unidade, Prefeitura de Divinópolis rescinde com IBRAPP

Um mês após inocentar a gestão da UPA por mortes na Unidade, Prefeitura de Divinópolis rescinde com IBRAPP

A publicação da rescisão cita o “interesse público relevante” como justificativa, mas não fornece detalhes concretos sobre o que motivou essa mudança de gestão.
A vice-prefeita Janete Aparecida e o prefeito Gleidson Azevedo, deram entrevista coletiva em abril para tentar eximir a responsabilidade da administração da tragédia instalada na UPA Divinópolis (Foto: Reprodução)
A vice-prefeita, Janete Aparecida, e o prefeito, Gleidson Azevedo, deram entrevista coletiva em abril para tentar eximir a responsabilidade da administração da tragédia instalada na UPA Divinópolis (Foto: Reprodução)

A Prefeitura de Divinópolis publicou no Diário Oficial dos Municípios Mineiros a rescisão contratual com o Instituto Brasileiro de Políticas Públicas (IBRAPP), responsável pela gestão da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24h Padre Roberto. A decisão foi oficializada no dia 15 de julho de 2024, apenas um mês após a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) concluir uma sindicância isentando a gestão da UPA de qualquer responsabilidade pelas mortes ocorridas na unidade. Porém essa rescisão levanta sérias dúvidas sobre a coerência e a transparência da administração municipal.

RESCISÃO CONTRADIZ SINDICÂNCIA RECENTE

No mês passado, a Semusa conduziu uma sindicância para investigar as mortes que ocorreram na UPA. Mas, apesar das evidências e dos depoimentos emocionados de familiares, a sindicância inocentou a UPA, atribuindo as mortes a causas externas, como a chikungunya no caso da menina Thallya. No entanto, a rescisão contratual com o IBRAPP parece ignorar essa conclusão, gerando questionamentos sobre a real motivação por trás dessa decisão abrupta.

TERCEIRIZAÇÃO

O Sintram, sindicato que representa os servidores públicos municipais de Divinópolis e região, sempre foi contrário à terceirização da UPA e dos serviços públicos. Além disso, desde o início da gestão do atual prefeito, o sindicato alertou sobre os riscos e as consequências negativas dessa prática. 

Vale lembrar que, durante a campanha eleitoral, o prefeito assinou um termo de compromisso com o Sintram, prometendo não terceirizar os serviços públicos. Porém essa promessa, claramente, foi quebrada por Gleidson Azevedo (Novo).

INCOERÊNCIAS E FALTA DE RESPOSTAS

Em diversas reportagens publicadas pelo Portal do Sintram, apontamos falhas na gestão da UPA em Divinópolis sob a responsabilidade do IBRAPP. Desde a perda de espaço pelos servidores efetivos em cargos comissionados até denúncias de erro médico e a falta de transparência na divulgação dos relatórios de sindicância. Portanto, a rescisão contratual, baseada no “interesse público relevante” segundo a própria Semusa, levanta mais perguntas do que respostas.

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RESCISÃO SEM EXPLICAÇÕES SATISFATÓRIAS

O extrato de rescisão contratual publicado no Diário Oficial cita o “interesse público relevante” como justificativa, mas não fornece detalhes concretos sobre o que motivou essa mudança de gestão. A falta de transparência e de explicações, no entanto, mais detalhadas só aumenta a desconfiança da população e dos servidores municipais.

TRANSPARÊNCIA E RESPONSABILIDADE

O Sintram exige que a Prefeitura de Divinópolis forneça explicações detalhadas sobre a rescisão do contrato com o IBRAPP. Afinal, a gestão pública deveria ser pautada pela transparência, coerência e compromisso com a verdade. 

A falta de clareza nas ações da administração municipal só serve para aumentar a desconfiança e a insatisfação da população.

A rescisão do contrato com o IBRAPP apenas um mês após a conclusão da sindicância que isentou a UPA de responsabilidade é uma clara demonstração da falta de coerência e transparência da atual administração municipal. 

O Sintram continuará lutando pela verdade, pela justiça e pelos direitos dos servidores públicos municipais, exigindo que a Prefeitura de Divinópolis cumpra suas promessas e atue com responsabilidade e transparência.