Além de querer que crianças comam alimentos estragados, vereador desacatou funcionário público no exercício da função, infringindo o artigo 331 do Código Penal
Na última reunião ordinária da Câmara, realizada no dia 25 de março, o vereador Hilton de Aguiar voltou a expor sua retórica populista e contraditória, atacando servidores públicos e o Sintram de forma desmedida.
Novamente, seu alvo foram os fiscais sanitários, profissionais que cumprem um papel essencial na proteção da saúde da população – especialmente das crianças.

Na reunião ordinária da Câmara do dia 20 de março, o vereador Hilton de Aguiar se mostrou “indignado” com o descarte de alimentos que seriam entregues a crianças na Vila de Nazaré. O vereador, ainda, chamou os servidores públicos que efetuaram a fiscalização de “safados” e covardes.
Vale lembrar ao vereador Hilton de Aguiar que, de acordo com o artigo 331 do Código Penal, “desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela é crime: Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa”.
A Comissão de Ética da Câmara irá atuar para punir o vereador? O Sintram, em defesa dos servidores públicos, já estuda um pedido de cassação do mandato do vereador com base no artigo 331 do Código Penal, além de denúncias no Conselho de Ética da Câmara e no Ministério Público.
A Verdade
O Sintram, em posse de fotos e do relatório detalhado da fiscalização realizada pela Vigilância Sanitária, constatou que o descarte dos alimentos ocorreu de maneira correta. Todos os produtos, destinados a serem preparados para o consumo infantil, encontravam-se vencidos, alguns vencidos desde julho de 2024.
Veja as fotos dos alimentos descartados pela Vigilância Sanitária e defendidos pelo vereador Hilton de Aguiar:














Assim, a atitude do vereador ganha contornos de hipocrisia: se Hilton de Aguiar realmente defende a alimentação saudável das crianças, por que ele insiste em apoiar que elas se alimentem de produtos impróprios para o consumo?
Essa contradição não pode ser ignorada, especialmente quando a saúde dos de crianças está em jogo.
Hilton de Aguiar já criou lei que acabou com a fiscalização sanitária
Não é a primeira vez que Hilton de Aguiar demonstra uma postura inconsistente com a defesa do interesse público. O mesmo vereador foi responsável pela criação de uma lei que acabou com a fiscalização sanitária nos abatedouros e matadouros de Divinópolis.
Em reportagem publicada anteriormente pelo Sintram, ficou evidenciado como essa medida fragilizou um controle essencial sobre a qualidade dos alimentos, colocando em risco a saúde dos consumidores e de toda a população de Divinópolis.
A quem interessa fragilizar a fiscalização sanitária, vereador Hilton de Aguiar?
Para que não se repitam tragédias e riscos à saúde pública, é imprescindível que a fiscalização sanitária seja fortalecida. Outro exemplo contundente foi registrado em julho de 2020, quando as ações dos fiscais sanitários que Hilton de Aguiar tanto critica evitaram que mais de 8 mil aves nocivas chegassem à população.
Essa ação, que salvou a comunidade de uma possível crise sanitária, mostra a relevância dos profissionais de vigilância e a fragilidade que medidas autoritárias como a do vereador podem ocasionar quando são desvalorizadas.
HIPOCRISIA
Enquanto o vereador Hilton de Aguiar se vangloria de seu suposto compromisso com as crianças, sua atuação revela um populismo barato e um descaso absoluto com as medidas que realmente protegem a saúde dos pequenos.
Apoiar a liberação de alimentos vencidos e desmantelar a fiscalização sanitária não só compromete a qualidade dos alimentos, mas também coloca em risco a vida de milhares de cidadãos.
Por conta desses discursos e medidas adotadas pelo vereador Hilton de Aguiar, em caso de uma crise sanitária em nossa cidade ou prejuízos para nossas crianças, devemos colocar o vereador como o principal responsável por isso?
É hora de colocar essa hipocrisia contra a parede e cobrar que atitudes sejam pautadas pelo interesse público e não por discursos vazios. O Sintram permanece firme na defesa dos servidores e da sociedade, reiterando a importância de uma fiscalização sanitária rigorosa para a garantia de uma alimentação segura e saudável para todos.