Autor: Sintram

Procurador pede laudos periciais para definir a concessão de insalubridade a agentes de trânsito de Divinópolis

Procurador pede laudos periciais para definir a concessão de insalubridade a agentes de trânsito de Divinópolis

Em uma reunião ocorrida na tarde desta quinta-feira (3), a comissão de representantes dos agentes de trânsito de Divinópolis foi recebida pelo procurador geral do município, Wendell Santos. A reunião teve como principal objetivo dar continuidade &agrave,s discussões sobre as reivindicações da categoria, que considera-se no direito de receber o adicional de periculosidade (insalubridade).

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O encontro deveria sanar as dúvidas sobre dois laudos realizados para definir se, de fato, os agentes de trânsito trabalham expostos a situações de risco &agrave, saúde, que exijam o pagamento da insalubridade. Além do procurador, também participaram da reunião representantes do Centro de Referência em Saúde e Segurança do Trabalhador (Creest), o diretor de administração, Wilson Novais Júnior, o secretário de Trânsito e Transporte, Marcelo Augusto dos Santos, e o&nbsp, Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis e Região Centro-Oeste (Sintram), representado pela presidente Luciana Santos, pela diretora de formação sindical, Geise Silva, e pelo advogado José Maria Marques.

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Há um impasse entre os dois laudos sobre as atividades dos agentes nas ruas de Divinópolis. No laudo encomendado pelo Cresst, que representa o Executivo, concluiu-se que a categoria não se&nbsp, enquadra nas exigências para o pagamento do adicional de insalubridade. A engenheira do trabalho, Rinara Duarte, lotada no Cresst, disse que a sugestão apresentada ao Executivo aponta a necessidade de medidas protetivas e administrativas.&nbsp, Já um segundo laudo, encomendado pelos agentes, contradiz o documento apresentado pelo Cresst e concluiu que a classe está exposta a agentes nocivos &agrave, saúde, o que caracteriza o direito ao benefício.

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CINCO ANOS

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A guarda de agentes de trânsito foi criada em Divinópolis há 12 anos e nos últimos cinco a categoria vem reivindicando o direito &agrave, insalubridade. De acordo com o artigo 189, da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), &ldquo,são consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos &agrave, saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos&rdquo,. Os agentes de trânsito entendem que estão expostos a altos níveis de ruídos, seja do tráfego ou do próprio equipamento que utilizam, como apitos e rádios, o que lhes dá direito ao benefício.

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Durante a reunião desta quinta-feira,&nbsp, após mais de uma hora de discussão, não se chegou a um denominar comum. Para o procurador Wendell Santos, a princípio, a Prefeitura toma por base a conclusão tirada por seus técnicos, de que os agentes não se enquadram no direito de receber a insalubridade. Entretanto, como há dois laudos divergentes, o procurador solicitou os documentos produzidos pelo Creest e pelos agentes, para analisar qual a decisão a ser tomada. Ele concedeu um prazo de 15 dias para o envio dos documentos e a realização de uma nova reunião quando apresentará sua decisão.

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A presidente do Sintram, Luciana Santos, disse que o sindicato continuará dando todo o suporte necessário aos agentes de trânsito, como já vem acontecendo desde que as reivindicações voltaram a ser discutidas. Ela disse que o sindicato contribuirá, inclusive, na contratação de um engenheiro do trabalho, para avalizar o laudo pericial apresentando pelos agentes, que concluiu que a classe tem direito ao adicional de periculosidade.

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PROJETO&nbsp,&nbsp,

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Na Câmara dos Deputados, está tramitando o Projeto de Lei 447/2015, de autoria do deputado Décio Lima (PT-GO), que passa a considerar perigosas as atividades desempenhadas pelos agentes das autoridades de trânsito. Apesar de estar tramitando há quase cinco anos, só agora o projeto chegou ao plenário e está apto para ser votado.

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A Câmara dos Deputados informa que atualmente são 30 mil agentes de trânsito em todo o país e uma média de 15 mortes é registrada anualmente. Segundo o autor do projeto, a média é proporcionalmente maior do que as de vítimas nas Forças Armadas e na Polícia Militar.

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Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram

Assembleia elege comissão para discutir contraproposta do teto das RPVs

Foi realizada ontem (03/10), no auditório do Sintram, assembleia para eleger comissão representativa dos servidores de Divinópolis, a qual será responsável juntamente com a diretoria do Sintram por elaborar uma contraproposta ao Projeto de Lei EM 50/2019. O projeto que já está em tramitação na Câmara Municipal, de autoria do Executivo Municipal, pretende diminuir o atual teto das Requisições de Pequeno Valor – RPV, que é de R$ 29.940,00 (30 salários mínimos &ndash, art. 87 do ADCT) para R$ 5.839,45 (teto dos benefícios do INSS).

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A presidente do Sintram, Luciana Santos, abriu os trabalhos da assembleia dando as boas-vindas aos servidores e destacando a importância da convocação e o papel da Comissão Eleita no sentido de evitar prejuízos aos servidores que tem ações na Justiça e &agrave,queles que venham a ingressar.&nbsp, Na sequência, a palavra foi repassada ao advogado do Sintram, José Maria Marques, que explicou a diferença entre as Requisições de Pequeno Valor-RPVs e os Precatórios e o que a mudança proposta pelo projeto irá prejudicar os trabalhadores. &ldquo,Esse assunto diz respeito não só aos servidores porque isso é qualquer pessoa, que tiver valores para receber do município, terá problema, vai sofrer as conseq&uuml,ências deste projeto de lei, que está tramitando na Câmara&rdquo,, alertou Marques.

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Simplificando o assunto, o advogado disse que, na prática, todo pagamento judicial que o município faz, ou seja,&nbsp, toda condenação judicial, existem duas formas para&nbsp, a administração quitar essa obrigação. Uma forma é a Requisição de Pequeno Valor – RPV, a qual o teto hoje é de R$ 29.940,00, equivalente a 30 salários mínimos. &ldquo,Isso significa que se processo judicial render, digamos você ganhar até R$ 29.940,00 a forma de receber é através da RPV. E a RPV ela tem uma tramitação muito mais rápida que o precatório. A RPV depois que o processo acabou, aí nós apuramos o valor, apurado o valor e homologado, aí se for até R$ 29.940,00, como é hoje, o município é notificado a pagar dentro de dois meses, sob pena de multa e seq&uuml,estro dos valores&rdquo,, explicou o advogado.

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PRECATóRIOS

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Na sequência, o advogado explicou que a Prefeitura quer com a aprovação do projeto de lei diminuir o teto das RPVs passando para R$ 5.839,45 (teto de benefícios do INSS). &ldquo,O projeto de lei que está na Câmara estabelece o valor da RPV no valor máximo do benefício da previdência. Isso significa que quem tem, por exemplo, R$ 10 mil para receber, não irá receber dentro de dois meses, vai ter que receber através de precatórios&rdquo,, disse.

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Os precatórios, segundo o advogado, têm uma sistemática legal mais complexa, uma vez que os valores são considerados &ldquo,maiores&rdquo,, o que, em síntese,&nbsp, gera uma longa espera até o recebimento da dívida. Além disso, os municípios hoje têm um volume considerável de precatórios para pagar, o que somado a crise do estado, alguns gestores muitas vezes não cumprem essa exigência no prazo estipulado, adiando a dívida por anos, fazendo novos acordos judiciais com longos parcelamentos da dívida. &ldquo,Existe uma cultura que precatório pode atrasar&rdquo,, disse o advogado, citando que o Jurídico do Sindicato tem precatórios que venceram em 2014. A legislação atual determina que o município deve&nbsp, pagar até 2024 os precatórios existentes hoje.

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O advogado alertou que atualmente a dívida de Divinópolis com precatórios ultrapassa os R$ 10 milhões e que essa redução no teto das RPVs irá prejudicar a categoria – que não tem grandes indenizações a receber em suas ações, a grande maioria é menos de 30 salários mínimos – e o próprio município já que o volume do orçamento comprometido com precatórios será&nbsp, muito maior.&nbsp, &ldquo,Quando mais baixo for o valor do teto das RPVs, mais acúmulo de dívida em precatório, vai crescer muito essa dívida e isso não é interessante para o município&rdquo,, disse.

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COMISSãO DE SERVIDORES

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Após a explicação do advogado, alguns servidores puderam esclarecer suas dúvidas e foi então eleita a Comissão que irá discutir uma contraproposta ao projeto. Foram eleitas as seguintes servidoras: Alair Azevedo, Karla de Fatima, Rosana Maria Morais e Zilma Alves. Já na próxima semana será agendada a primeira reunião do grupo para discutir o projeto.

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Reportagem: Flávia Brandão
Comunicação Sintram &nbsp,