Autor: Gerência de Comunicação

Sintram continua negociação com Prefeitura de Bambuí para pagamento do piso salarial da educação

Sintram continua negociação com Prefeitura de Bambuí para pagamento do piso salarial da educação

O Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis e da Região Centro Oeste (Sintram) continua as negociações com a Prefeitura de Bambuí para que o piso salarial da educação seja pago no município.  A portaria definindo o reajuste foi publicada no dia 17 de janeiro no Diário Oficial da União, e o piso nacional dos professores subiu para R$ 4.420,55 em 2023, um reajuste de 15% em relação ao piso do ano passado, que era de R$ 3.845,63.

Em um ofício enviado ao Sintram no dia 17 de fevereiro, o prefeito de Bambuí, Olívio Teixeira comunicou que o Município não pagará o piso salarial estabelecido pelo Ministério da Educação (MEC). No comunicado, o Chefe do Executivo informou que a arrecadação municipal não teve acréscimo proporcional ao reajuste feito pelo Governo Federal, e por isso não seria possível cumprir a Portaria nº 17. Ainda segundo o prefeito, o Município está empenhado em conceder aos profissionais abarcados pelo piso salarial do magistério o reajuste dado aos demais servidores que é o IPCA-IPEAD, de 6,33%.

Em Assembleia realizada no dia 1º de março, os servidores da educação municipal de Bambuí elegeram uma comissão para representá-los durante as negociações. Nessa segunda-feira, 5, foi realizada uma reunião na Prefeitura para discutir o restante da porcentagem que ainda falta que o piso salarial da educação seja pago de forma integral. Participaram do encontro, a comissão de servidores, o secretário municipal de administração e fazenda, Ronaldo Oliveira, a secretária municipal de educação, Luciane Rezende, a comissão de servidores, a secretária geral do Sintram, Lucilândia Monteiro e a conselheira fiscal do Sindicato, Amerci Teodoro.

REUNIÃO

De acordo com Lucilândia, há cerca de quinze dias o secretário de administração solicitou um prazo para estudar a viabilidade financeira do Município de conceder 8,62% de reajuste aos docentes. Segundo a secretária geral, na reunião realizada ontem, o secretário informou que os recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e da Prefeitura são insuficientes para conceder a revisão.

“O secretário nos informou que o Município não tem verba para conceder o reajuste de 8,62% que está sendo pleiteado pela categoria para que se chegue aos 14,95%. O Sintram fez uma contraproposta de a Prefeitura dar ganho real aos professores, além dos 6,33%, porém o Executivo se manteve irredutível. Diante a situação nós marcamos uma Assembleia para a próxima segunda-feira, 12 de junho, para que possamos definir os próximos passos da negociação. É sempre importante lembrar que o Sindicato está aberto ao diálogo, e nós estamos reivindicando um direito que é dos professores”, destaca Lucilândia.

INFORMATIVO TÉCNICO

Após solicitação do Sintram na reunião realizada ontem, o secretário de administração enviou ao Sindicato o Informativo Técnico sobre a indisponibilidade de o Município conceder o reajuste de 8,62% aos professores. No documento, o Executivo informou que os servidores que ainda não recebem o mínimo previsto no Piso Nacional do Magistério, terão sua remuneração reajustada de forma a cumprir a Lei Municipal e Federal.

A Prefeitura afirmou ainda, que aqueles que não recebem o mínimo estabelecido pelo Governo Federal, terão o reajuste retroativo a janeiro de 2023.

Comunicação Sintram

Reportagem: Pollyanna Martins 

Presidente do Sintram presta depoimento hoje à “CPI da Permuta Estética”

Presidente do Sintram presta depoimento hoje à “CPI da Permuta Estética”

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis e da Região Centro Oeste (Sintram), Marco Aurélio Gomes prestará depoimento hoje, 5, à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada na Câmara, para investigar a denúncia de prevaricação e negligência por parte da Vigilância Sanitária no caso da Clínica de Estética Lorena Marcondes de Faria envolvendo o óbito de Iris Doroteia Martins.

No dia 24 de maio, o Sintram mostrou que a Clínica de Estética Lorena Marcondes funcionou mais de um ano apenas licenças prévias facilitadas de localização renovadas por decreto do prefeito Gleidson Azevedo (Novo). O alvará sanitário, documento que permitiria as atividades de estética da clínica, nunca foi concedido. A biomédica manteve o funcionamento da clínica e a realização de procedimentos estéticos apenas com a licença de localização.

Por meio de notas oficiais, publicadas após a morte de Iris Doroteia, o Executivo tentou explicar a atuação do poder público, que manteve a clínica funcionando, porém vários fatos apurados até agora, sugerem a possibilidade de favorecimento. Logo após a morte de Iris Dorotéia, houve uma tentativa do Município de imputar a responsabilidade pelo funcionamento da clínica a “servidores efetivos sem cargos comissionados”. A Prefeitura disse, ainda, que a clínica não foi fechada, porque os fiscais que realizaram vistoria na clínica no dia 18 de abril desse ano, não encontraram irregularidades passíveis de interdição do local.

Na época, o presidente do Sintram reforçou que esperava uma investigação profunda sobre a morte de Iris Doroteia, mas deixou claro que não admitia que servidores fossem usados como bodes expiatórios, como também não aceitava pré-julgamentos. Marco Aurélio prestará depoimento na Câmara às 14h.

“Nós queremos uma investigação justa, imparcial, e que não seja direcionada a acusar servidores. Além de prestar depoimento na CPI, e fornecer todas as informações que nós temos, o Sintram vai acompanhar de perto este caso, para que nenhum servidor público seja usado como bode expiatório do Executivo”, destaca.

FUNCIONANDO POR DECRETO

Interditada em junho de 2021, após fiscais da Vigilância Sanitária constatarem a presença de materiais e manuais para a realização de procedimentos cirúrgicos, aos quais a biomédica não tinha autorização para executar, a clínica de Lorena Marcondes foi reaberta por força de uma licença prévia facilitada, concedida pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Políticas de Mobilidade Urbana  (Seplam). Tratava-se de uma liberação do imóvel de localização da clínica, com validade de seis meses, porém não autorizava a realização de procedimentos estéticos. A licença foi liberada com a ressalva de que “o contribuinte foi informado de que faltam documentos”.

Em julho de 2022, após o vencimento da licença prévia de localização, a biomédica protocolou pedido de alvará de localização definitivo, porém o documento não poderia ser expedido, já que havia irregularidades que não foram sanadas. No entanto, a clínica continuou funcionando, já que a licença prévia havia sido prorrogada automaticamente até setembro de 2022, por força do Decreto 15.103/2022, assinado pelo prefeito Gleidson Azevedo (Novo), no dia 27 de maio. O decreto prorrogou a validade de todas as Licenças Prévias Facilitadas vencidas emitidas pela Seplam.

No dia 5 de outubro de 2022 venceu o prazo da prorrogação da licença prévia e no dia 7 a clínica foi vistoriada pelos fiscais da Vigilância Sanitária José Anastácio de Paula Júnior e Ricardo Soares, que constaram que as irregularidades não haviam sido sanadas. Foi concedido um prazo de 30 dias para as adequações.

No dia 6 de outubro de 2022, entre a data de vencimento da licença prévia no dia 5 e a visita dos fiscais no dia 7, foi publicado no Diário Oficial dos Municípios, página 52, um novo decreto (Decreto 15.285/2022) assinado pelo prefeito Gleidson Azevedo, prorrogando pela segunda vez as licenças prévias facilitadas vencidas emitidas pela Seplam. A segunda prorrogação valia até 31 de março desse ano e mais uma vez a biomédica foi favorecida pela medida administrativa.

As licenças prévias facilitadas estão previstas na Lei Municipal 8.770/2020, são concedidas pela Seplam e se destinam a “estabelecimentos públicos e privados já instalados, ou com destinação comercial, ainda que não estejam em funcionamento, no Município, em imóveis e edificações que necessitam de adequações quanto aos requisitos de acessibilidade exigidos pela legislação em vigor para obtenção de alvará de localização e funcionamento”. A lei não prevê a prorrogação das licenças prévias por decreto.

No dia 15 de março desse ano, a 15 dias de expirar o prazo de validade da segunda prorrogação da licença prévia, Lorena Marcondes foi intimada  a apresentar em 24 horas cópia do prontuário referente ao atendimento do modelo Eduardo Luiz Santos Júnior que teve sequelas decorrentes de procedimentos feitos pela biomédica. O documento não foi fornecido. Intimada, também, a fornecer o documento para avaliação do risco decorrentes de seus procedimentos, que permitiria à Junta de Saúde avaliar se a clínica poderia continuar funcionando, a biomédica usou um dispositivo do Código de Saúde do Município (Lei Complementar 30/1995) e protocolou na Diretoria de Vigilância em Saúde pedido de ampliação do prazo para fornecer a cópia do documento, cumprindo assim as exigências legais para obter o alvará sanitário definitivo.

Em parecer assinado no dia 23 de março desse ano, a Junta se posicionou contrária à dilatação do prazo, sob alegação de possível risco sanitário. No relatório do julgamento, a Junta afirmou: “Esta junta entende que a liberação do Alvará Sanitário, estando o fiscal consciente da possibilidade de risco descrita em tal denúncia, caracteriza crime de prevaricação do agente fiscalizador ao deferir tal documento”. Mesmo diante da negativa do alvará e com a licença prévia vencida, a clínica continuou funcionando.

Reportagem: Pollyanna Martins

Comunicação Sintram