Duas auditoras do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE) realizaram na tarde desta quarta-feira (7) uma vistoria na UPA Padre Roberto Cordeiro em Divinópolis. A vistoria faz parte da operação que está sendo realizada essa semana pelo Tribunal para fiscalizar unidades de saúde em todo o Estado.
No segundo dia de fiscalização, os auditores detectaram situações graves nas unidades de saúde de várias cidades. Em Barbacena, por exemplo, no Hospital Regional Dr. José Américo, foram encontrados equipamentos aguardando manutenção desde 2021 e medicamentos armazenados de forma incorreta. Os analistas do TCE também encontraram três aparelhos de Raio X móveis e um fixo sem funcionamento. Algo não muito diferente acontece na UPA de Passos, no sudoeste de Minas, onde o aparelho de Raio X está sem operação, pois está esperando a instalação desde 8 de janeiro do ano passado.
Em Governador Valadares, foram encontrados medicamentos guardados de maneira errada e com data de validade vencida em uma unidade de emergência.
DIVINÓPOLIS E PARÁ DE MINAS
Duas cidades da região Centro-Oeste foram fiscalizadas nesta quarta-feira. No Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Pará de Minas, o armário de armazenamento de remédios controlados fica aberto. Segundo o TCE, no mesmo hospital há três máquinas de autoclave, usadas para esterilizar materiais: uma inutilizada, outra aguardando reparo e a última está com validade de calibração vencida. No mesmo hsopital, o TCE registrou a marcação de ponto feita antecipadamente.
Em Divinópolis, a auditoria do TCE não encontrou nenhuma irregularidade grave na UPA Padre Roberto Cordeiro. Algumas observações foram feitas, porém nenhuma situação que exigisse medidas imediatas. Ao Portal do Sintram, uma das auditoras destacou a limpeza e a higiene da unidade.
É importante destacar que a UPA 24h enfrenta problemas sérios desde sua inauguração em 2014. Atualmente administrada pelo Consórcio Intermunicipal de Saúde da Região Ampliada Oeste, a unidade começa a se recuperar das últimas gestões entregues pela Prefeitura a organizações sociais suspeitas, que deixaram um rastro de má gestão e fraudes que estão exigindo, além da reorganização no serviço prestado, um cuidado administrativo especial.
Os problemas de superlotação, que ainda continuam ocorrendo, fogem do controle da administração da UPA, já que a regulação de leitos é responsabilidade do Estado. Sem leitos para acomodar pacientes que, necessariamente, precisam ficar internados, a UPA não tem outra alternativa a não ser enfrentar os problemas de superlotação para que o doente continue recebendo os cuidados até que a vaga hospitalar seja indicada pelo Estado.
Após a auditoria realizada pelo TCE, em nota, a direção da UPA disse que a fiscalização ocorreu em momento oportuno. “No dia 16 de julho assumimos a gestão da Unidade e estamos trabalhando incansavelmente para melhoria do atendimento. Já tivemos um grande avanço e entendemos que podemos melhorar ainda mais com base nas orientações que o TCE nos passar.”, destacou Cleverson Humberto, gerente assistencial da UPA.
Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram