Fernando Andrade atribui denúncias a perseguições e interesses políticos da oposição

O prefeito de Bom Despacho, Fernando Andrade (PSD), oficializou a exoneração de duas funcionárias ocupantes de cargos comissionados na Assessoria de Comunicação da Prefeitura. Através do Decreto 10.957, assinado no último dia 3, foram exoneradas a assessora especial Maria Emília Duarte Soares Ludugel e a coordenadora Rejane Helena Costa Chaves, ambas lotadas na Assessoria de Comunicação.
A exoneração ocorre após denúncias formalizadas no Ministério Público pelo ex-prefeito Fernando Cabral (Republicanos). Na primeira denúncia, Cabral impetrou notícia crime no Ministério Público por prática do nepotismo. A denúncia envolve o atual chefe de gabinete, Eduardo Ludugel de Almeida e sua esposa Maria Emília Duarte Soares Ludugel.
Eduardo Ludugel foi nomeado em janeiro por Fernando Andrade para o cargo de assessor de comunicação na Prefeitura de Bom Despacho. Em março, mudou de cargo e foi promovido a Chefe de Gabinete, cargo que ocupa até hoje, com salário bruto de R$ 10.364,59. Ludugel está interinamente no cargo de assessor de comunicação. A esposa de Eduardo, Maria Emília, foi nomeada para o cargo de assessora especial, com salário bruto mensal de R$ 5.962,92.
A nomeação de Maria Emília, segundo a denúncia, é pagamento de dívidas políticas. Ela foi a principal prestadora de serviços para a campanha eleitoral de Fernando Andrade. De acordo com a prestação de contas feitas ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Andrade gastou R$ R$ 230,6 mil na campanha para prefeito de Bom Despacho. Maria Emília Duarte recebeu R$ 113 mil, 49,01% do total de gastos da campanha, através da empresa Med Comunicação, da qual ela é a única proprietária. A Med Comunicação tem sede em Uberlândia e prestou serviços de marketing na campanha de Fernando Andrade.
Em nota, o prefeito Fernando Andrade disse que Maria Emília pediu sua exoneração. “O desligamento foi a pedido e por vontade da própria da servidora, que optou por se desligar das atividades municipais e retomar seus projetos particulares, além de desejar não ter seu nome utilizado em disputas políticas das quais nunca participou”, diz nota oficial assinada pelo prefeito.
Além de destacar as qualidades profissionais de Maria Emília, Fernando Andrade diz que essa não é uma situação isolada. “Outros servidores também têm sofrido as mesmas perseguições motivadas por interesses políticos da oposição”. De acordo com a nota, são ataques infundados de um pequeno grupo político, que tem como objetivo desestabilizar a gestão.
SINDICATO RURAL
A segunda denúncia feita por Fernando Cabral foi encaminhada à Câmara Municipal e envolve a liberação de R$ 550 mil em recursos da Prefeitura para o Sindicato Rural da cidade. Cabral afirma que a Prefeitura liberou o dinheiro sem licitação, sem transparência e com um claro conflito de interesses. O vice-presidente de finanças do Sindicato, Patrick Brauner, é também secretário municipal de Desenvolvimento Econômico na gestão de Andrade. Como secretário, foi ele quem liberou o dinheiro, e como vice-presidente do Sindicato, é Patrick Brauner quem administra os recursos e presta contas á Prefeitura.
Também é citado na denúncia o vereador Rodrigo Chapola (PSD). O vereador, do mesmo partido do prefeito, está no seu segundo mandato e ocupa a vice-presidência do Sindicato. Segundo Fernando Cabral, a Lei Orgânica do Município impede que vereadores ocupem cargos em entidades e empresas que recebem verbas públicas.
O Portal do Sintram aguarda um posicionamento da Prefeitura sobre a denúncia de favorecimento na liberação de verbas para o sindicato.
Reportagem: Jotha Lee
Sintram Comunicação