Após assembleia confirmar continuidade da greve, professores da Uemg farão manifestação em Divinópolis

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Associação da classe denuncia ameaças de cortes de direitos dos grevistas

Antes da assembleia que definiu a continuidade da greve, servidores e professores da Uemg participaram de audiência na ALMG (Fotos: Guilherme Dardanhan/ALMG)

Em assembleia realizada na tarde desta quarta-feira (12) em Belo Horizonte, os professores da Universidade Estadual de Minas Gerais (Uemg) decidiram manter a greve, que completou 40 dias essa semana. De acordo com Túlio Lopes, presidente da Associação dos Docentes da Uemg (Aduemg), a categoria docente segue mobilizada em 19 das 22 unidades acadêmicas localizadas em Belo Horizonte e outras 15 cidades mineiras, incluindo Divinópolis.

“Conseguimos avançar em algumas pautas importantes como a garantia de realização de concursos para docentes, técnicos-administrativos e analistas, verbas para a construção de dois restaurantes universitários, garantia de pagamento por titulação dos contratados, manutenção da ajuda de custo em casos de licença, reajuste contemplando a inflação de 2023, recomposição de parte do orçamento e a formação de dois grupos de trabalho sobre Dedicação Exclusiva, além da alteração de regime de trabalho 20/40”, explicou Túlio Lopes.

Entretanto, segundo Túlio Lopes, o Governo Zema segue não cumprindo o acordo de greve, desrespeitando a autonomia universitária e ameaça a categoria com o corte da ajuda de custo dos grevistas. Apesar das ameaças, Túlio Lopes disse que a Greve é em defesa da Uemg e na avaliação do Comando de Greve a culpa é do Governo Zema. “Não aceitaremos corte na nossa ajuda de custo e seguiremos na luta por nenhum direito a menos, na perspectiva de avançar rumo a novas conquistas”, assegurou o presidente da Aduemg.

Segundo a Aduemg, a assembleia desta quarta-feira em Belo Horizonte reuniu 200 professores, que decidiram por unanimidade dar continuidade ao movimento grevista. A próxima Assembleia Geral presencial da categoria será realizada no próximo dia 20 em Divinópolis. Antes. A categoria realizará nesta sexta-feira (14) manifestação na Avenida Getúlio Vargas, em frente à sede do Instituto de Previdência dos Servidores Estaduais (Ipsemg)

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

Antes da assembleia geral desta quarta-feira em Belo Horizonte, os professores e servidores administrativos da Uemg participaram  de audiência pública da Comissão do Trabalho, da Previdência e da Assistência Social da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A defasagem dos salários, que faz da carreira dos docentes da Uemg umas das piores do Estado, e a falta de estrutura da universidade, inclusive com a divisão de espaços com instituições de ensino como o Colégio Tiradentes de Barbacena, foram destacadas pelo deputado Betão (PT), autor do pedido de audiência.

Na audiência, Túlio Lopes disse acreditar em um projeto do governo Zema para o sucateamento das universidades estaduais. Ele protestou contra a recomposição salarial de 4,62%, frente as perdas acumuladas de 75%, cobrou uma carreira única, com a possibilidade de dedicação exclusiva para todos os professores, e colocou como condição para o término da greve o aumento da ajuda de custo. Segundo ele, o governo sinaliza, pelo contrário, com o corte da ajuda de custo dos trabalhadores em greve, o que pode representar metade dos vencimentos.

Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram


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