Lorraine continua em estado grave no Hospital São João de Deus e necessita de doadores de sangue

(Foto: Diretoria de Comunicação/PMD)
Os estudantes da Escola Municipal Benjamin Constant, na comunidade de Buritis, realizaram nesta segunda-feira (1º) uma comovente e sincera manifestação contra a violência e por justiça. A manifestação ocorreu no primeiro dia letivo após o brutal assassinato da servidora pública municipal, Maria Gorete Oliveira, de 56 anos. O crime ocorreu na sexta-feira, 29 de agosto, quando Maria Gorete tentou evitar o assassinato da filha Lorraine Reisla Oliveira, 30 anos.
O suspeito do crime, identificado apenas como Júlio Katokas, de 39 anos, já está preso e a Polícia Civil ainda trabalha no inquérito que apura o assassinato. Preliminarmente sabe-se que Júlio Katokas não aceitou o fim do relacionamento com Lorraine. Ele teria atirado na mãe e na filha e deixou do local do crime logo em seguida, sendo capturado pela Polícia Militar quando tentava fugir em direção à rodovia.
A servidora Maria Gorete morreu no local e Lorraine foi encaminhada para a sala vermelha do Hospital São João de Deus. Ainda na sexta-feira, Lorraine passou por uma cirurgia para a retirada de uma bala que estava alojada em sua cabeça. O estado de Lorraine é grave e ela necessita de doadores de sangue. Quem puder contribuir, deve procurar o Hemominas no bairro Padre Libério e fazer a doação em nome de Lorraine Reisla Oliveira.
A MANIFESTAÇÃO

Ainda abalados e assustados com a perda de Maria Gorete, que durante 20 anos de vida pública se dedicou à Escola Benjamin Constant, os estudantes se reuniram em frente à escola. Eles portavam cartazes, confeccionados por eles mesmos, balões brancos e levantaram suas vozes contra a violência e em memória à Maria Gorete. Nos cartazes, pedidos de justiça e manifestações das crianças contra os atos de violência que atingem a cidade.
Para a Secretaria Municipal de Educação (Semed), que acompanhou a manifestação, “o gesto das crianças, carregado de inocência e sensibilidade, expressou um recado poderoso à sociedade: a necessidade urgente de respeito e de um mundo livre de violência”.
Os alunos do 5º ano escreveram uma carta carregada de indignação da turma diante da crueldade do feminicídio, destacando a importância de refletir sobre o respeito e a igualdade. Em um dos trechos, os estudantes afirmam que “todos devem ter respeito e serem respeitados”.
Para a diretora da escola, Silvânia Mesquita, o momento foi de aprendizado e também de alerta. “Trabalhamos muito sobre o respeito, a diversidade e sobre a violência. Foi uma forma de homenagear as funcionárias agredidas e, ao mesmo tempo, alertar as meninas sobre o autocuidado. Esse movimento reforça o valor da vida e o compromisso da escola com a formação de cidadãos conscientes”, destacou.
A emoção tomou conta de funcionários e professores, que viram no gesto das crianças um exemplo de que a educação é capaz de transformar indignação em esperança e de plantar sementes de paz.
Em nota, a Prefeitura disse que “a administração municipal reafirma seu repúdio a todos os casos de feminicídio, reforçando a importância da luta diária contra qualquer forma de violência de gênero e da construção de uma sociedade mais justa, segura e igualitária para todas as mulheres”.
Reportagem: Jotha Lee
Sintram Comunicação