Após ameaças de estupro e morte, Lohanna França é protegida por escolta policial

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O deputado Ulysses Gomes (PT) conversa com as deputadas, Bella Gonçalves (Psol), Lohanna França (PV) e Beatriz Cerqueira (PT) durante sessão da Assembleia em que o plenário reagiu às ameaças contra parlamentares do sexo feminino (Foto: Luiz Santana/ALMG)

Desde que assumiu seu mandato na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) a deputada divinopolitana, Lohanna França (PV) tem sido vítima de ataques e ameaças. Em agosto, a deputada foi vítima de ameaça de estupro e morte. Um mês depois, foi novamente alvo de ameaças de estupro e morte através do e-mail corporativo da Assembleia.

No e-mail enviado à deputada, o criminoso descreve detalhadamente o modo como ela será vítima de um estupro coletivo, e menciona diversos indivíduos criminosos, enfatizando que “não adianta denunciar, pois pessoas extremamente influentes” estão do lado deles. Foi a quinta vez em que ela foi alvo de ameaças desde o início da carreira política. Um boletim de ocorrência foi formalizado e encaminhado à Polícia Civil. Além disso, desde que recebeu as primeiras ameaças em agosto, a parlamentar passou a contar com uma escolta de policiais militares, que a acompanham 24 horas por dia. Outra deputada, alvo dos agressores, é Bela Gonçalves (Psol).

REPERCUSSÃO

Diversos parlamentares se manifestaram nesta quarta-feira (25), em Reunião Extraordinária do Plenário, sobre a continuidade de ameaças sofridas pelas duas deputadas. Antes do início da votação de projetos que estavam na pauta, o líder do Bloco Democracia e Luta, deputado Ulysses Gomes (PT), pediu a suspensão da reunião propondo que o Colégio de Líderes se reunisse para discutir o assunto.

Ele informou que várias deputadas continuam sofrendo ameaças cotidianas, inclusive com novas investidas ocorridas na véspera e até mesmo na manhã de ontem (25), por meio de e-mails institucionais e pessoais.

O presidente da ALMG, deputado Tadeu Martins Leite (MDB), prontamente suspendeu a reunião, defendendo a necessidade de ações que garantam a autonomia e o trabalho das deputadas.

Nesse sentido, a Assembleia aprovou recentemente projeto de lei de autoria de quatro deputadas e que deu origem à primeira lei estadual de combate à violência política contra a mulher do País, sancionada em setembro.

Os deputados Ulysses Gomes e Doutor Jean Freire (PT), líder da Minoria, ainda manifestaram indignação com vídeo que tem sido mostrado por um deputado não identificado pela assessoria de imprensa da ALMG, que expõe a intimidade da deputada Bella Gonçalves (Psol). O vídeo, pelos relatos, teria sido retirado de divulgação por decisão judicial, mas mesmo assim continuaria sendo exposto pelo parlamentar.

O deputado Cássio Soares (PSD), líder do Bloco Minas em Frente, também criticou o ocorrido, lamentando o fato de o Plenário ter que discutir “atitudes abomináveis de colegas que expõem de forma caluniosa deputadas”, com o intuito segundo ele de “lacrar na internet”. “Estamos aguardando a justiça e os órgãos investigatórios, pois a deputada foi exposta de maneira desnecessária e imoral”, acrescentou Cássio Soares.

Líder do governo na Assembleia, o deputado João Magalhães (MDB) disse ser lamentável fatos como as ameaças e se solidarizou com a deputada. “O governo está empenhado através da Secretaria de Segurança Pública para ajudar a desvendar quem são esses (que ameaçam)”, disse ele. “É inadmissível o que estamos vivendo em Minas Gerais, tendo parlamentares eleitas, com seu mandato colocado em risco com ameaças cotidianas de estupro e morte, recebidas em seus e-mails institucionais e pessoais por sua atuação parlamentar.”

Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram
Com ALMG

 

 

 


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