Alto número de servidores municipais afastados por dengue e covid-19 causa impacto na saúde em Divinópolis

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A rede municipal de saúde de Divinópolis, além dos muitos problemas enfrentados com o baixo número de servidores para atender ao sistema, passa agora por um colapso em razão do alto número de trabalhadores afastados por doença, principalmente dengue e covid-19. Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) disse que “lamenta informar a toda população de Divinópolis que, no momento, um grande número de profissionais de saúde estão afastados de suas funções por motivos de doença, principalmente dengue e covid-19”.

Ainda segundo a Semusa “apesar de todos os esforços que vêm sendo realizados pela gestão municipal para realizar a cobertura destes profissionais afastados, não há número suficientes de feristas e outros profissionais para cobri-los, o que faz com que a assistência, em alguns momentos, seja impactada”.

O reflexo dessa situação, agravada pela falta de servidores disponíveis na pasta, atinge direto a população, que muitas vezes não encontra profissionais disponíveis nas unidades de saúde. Para garantir o atendimento mínimo, desde o início do ano, a Semusa é a pasta com o maior número de servidores fazendo horas-extras, porém a medida é insuficiente para garantir o funcionamento do sistema em sua plenitude.

Na nota oficial, a Prefeitura “pede a compreensão de toda população e reitera que está trabalhando permanentemente para minimizar os impactos destes afastamentos para a comunidade”.

A Semusa não informou o número de servidores da pasta afastados. Já o Portal Transparência da Prefeitura, informa que 46 servidores da pasta estão de licença. Entretanto, considerando que a Semusa possui hoje um contingente de 1.776 servidores, apenas 2,5% estão de licença, o que não deveria gerar impactos significativos no atendimento da população.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis e Região Centro-Oeste (Sintram), Marco Aurélio Gomes, afirma que a saúde dos trabalhadores municipais vem sendo afetada na atual gestão, fruto do tratamento dispensado à categoria. “Desde o início desse governo, temos recebido denúncias de assédio, violência psicológica e principalmente pelo excesso de trabalho. A Semusa não pode responsabilizar os servidores afastados para cuidar da saúde pela qualidade do atendimento. Os servidores se desdobram para garantir o mínimo para a população e não encontram na administração o apoio necessário que todo trabalhador merece”, afirma o presidente.

Marco Aurélio afirma, ainda, que a Semusa precisa ser mais transparente na relação com os servidores. “Como servidora de carreira, acreditamos que a nova secretária de Saúde deve olhar essa situação do ponto de vista dos trabalhadores e confiamos que buscará soluções adequadas. Entretanto, entendemos que somente com a disponibilidade de mais servidores oferecendo capacidade humana para atender a demanda, é que situações como essa poderão ser evitadas e isso só se consegue com o concurso público, que, infelizmente, foi engavetado pelo prefeito”, finalizou.

A Semusa apresentou a prestação de contas da pasta relativa ao quarto quadrimestre do ano passado em audiência pública na noite desta segunda-feira (26) na Câmara Municipal. A situação dos servidores foi completamente ignorada.

UPA

A situação da saúde na cidade agrava-se ainda mais diante da gestão deficiente da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Padre Roberto. A administração da unidade, ainda sob responsabilidade do Instituto Brasileiro de Políticas Públicas (Ibrapp) voltou a atrasar o pagamento dos seus funcionários e isso ocorre no momento em que a rede de saúde enfrenta o crescente aumento dos casos de dengue, além da falta de servidores para atendimento nos centros de saúde do município. O Ibrapp, envolvido numa série de denúncias de irregularidades, continua à frente da gestão da UPA, já atrasou o pagamento dos seus funcionários anteriormente e o fato está se tornando recorrente.

Em nota, a Semusa disse que a denúncia foi feita por um médico da unidade e confirmada pela pasta. Disse ainda que o pagamento deveria ser efetuado entre 0s dias 20 e 25 de fevereiro, conforme já havia sido acordado com o Ibrapp. Ainda de acordo com a pasta “a Prefeitura está realizando regularmente os repasses financeiros à empresa, sem registro de descontinuidade ou atraso nos pagamentos”. Disse ainda que após notificada, a direção da UPA se comprometeu a efetuar o pagamento ainda hoje.

Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram

 

 

 


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