Agentes de Endemias denunciam sabotagem na localização de larvicidas de combate à dengue com data de validade vencida

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Esquecidos pelo poder público, os Agentes de Saúde e de Combate a Endemias lutam por seus direitos desde o início do atual governo; a foto mostra passeata da categoria em agosto de 2022 reivindicando direitos até hoje não cumpridos

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis e Região Centro-Oeste (Sintram), Marco Aurélio Gomes, reuniu-se na manhã desta quarta-feira (31) com cerca de 20 Agentes de Combate à Endemias (ACE) no Bairro Niterói. O encontro foi motivado ocorreu após serem localizadas cinco cartelas de larvicida de combate à dengue com data de validade vencida no Centro de Saúde do bairro. O produto vencido foi encontrado pelo assessor parlamentar da deputada estadual Macaé Evaristo (PT), Vitor Costa, e pelo presidente do Conselho Municipal de Saúde (CMS), Guilherme Lacerda. Logo após localizar o larvicida Vitor Costa fez a denúncia à imprensa assegurando que o produto estaria sendo utilizado.

De acordo com os agentes de endemias, o produto vencido estava aguardando para ser recolhido por profissional autorizado em sua manipulação. Eles revelaram que as cartelas do larvicida Natular vencidas, estavam acondicionadas separadamente e que essas cinco cartelas apareceram no armário onde a categoria guarda o produto que está apto para uso. Ainda segundo os agentes, o larvicida atualmente utilizado tem data de validade até maio desse ano.

Há uma forte suspeita de que houve ação premeditada para facilitar a localização do produto vencido, dando a entender que ele estava sendo utilizado. Os próprios agentes, reunidos na manhã de ontem com o presidente do Sintram, decidiram registrar um boletim de ocorrência na Polícia Militar, denunciando um possível ato de sabotagem.

SEMUSA

Em nota publicada logo após a denúncia, a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) informou que uma sindicância será instaurada para apurar as responsabilidades. A Diretora de Vigilância em Saúde, Érica Camargo, se mostrou surpresa com a denúncia. “Nos causa muita estranheza a existência dos larvicidas vencidos na unidade, uma vez que, em razão do trabalho rotineiro e constante dos agentes de endemias, os larvicidas se esgotam antes do prazo do vencimento, o uso de larvicida vencido é inadmissível, pois com data de validade expirada eles perdem o seu efeito”, afirmou. Disse ainda que o larvicida utilizado fica na mochila dos agentes e não no armário.

A secretária de Saúde, Sheila Salvino, determinou uma varredura em todas as unidades de apoio e almoxarifados para averiguação de datas e acondicionamento de todos os itens e disse que vai instaurar uma investigação. “Classifico o fato como gravíssimo e, de pronto, determino a abertura de uma sindicância para apuração das responsabilidades”, assegurou a secretária.

SINTRAM

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis e Região Centro-Oeste (Sintram), Marco Aurélio Gomes, após reunir-se com os agentes na manhã desta quarta-feira (31) disse que tudo aponta para um ato de sabotagem. “É cedo para fazer qualquer afirmação, mas pelo conhecimento que temos como servidor público, sabemos a rotina utilizada com produtos vencidos nas unidades. Eles só podem ser retirados por profissional autorizado para providenciar o descarte. Ouvimos relatos os agentes e todos acreditam em sabotagem. Não podemos fazer nesse momento nenhuma afirmação concreta, mas esperamos que a sindicância aberta pela Semusa apure com responsabilidade a forma como esse produto vencido foi parar no armário dos agentes”, declarou o presidente

Marco Aurélio Gomes disse ainda que o possível ato de sabotagem tem que ser investigado com rigor. “A primeira linha de investigação não pode ser outra, a não ser a possibilidade de que alguém tenha colocado esse larvicida vencido no armário. Tudo aponta para uma armação possivelmente para prejudicar o beneficiar alguém”, argumentou.

Marco Aurélio defende a investigação e pede que os agentes diretamente envolvidos no caso sejam preservados até que se tenha uma apuração conclusiva. “É obrigação da Semusa investigar a denúncia especialmente diante de sua gravidade. Mas vamos com calma antes de  acusar o trabalhador sem a produção de nenhuma prova. Servidor público trabalha para o povo e não contra ele e esses agentes, que trabalham em condições absolutamente precárias, são responsáveis e trabalham com muita lealdade ao cidadão difinopolitano”, acrescentou.

O sindicalista disse ainda que o Sintram vai acompanhar todo o processo de apuração. “Vamos acompanhar esse processo, porque as maiores vítimas são os agentes de endemias e a população, que fica totalmente vulnerável com a aplicação de um produto sem eficácia, enquanto a dengue vai aumentando suas vítimas”, finalizou Marco Aurélio Gomes.

Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram

 

 

 


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