Covid19: Sind-Ute Divinópolis detalha retorno do corpo administrativo hoje às escolas

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A diretora do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), na subsede de Divinópolis, Maria Catarina Laborê, em entrevista ao Sintram, falou sobre a situação nas escolas de Divinópolis e o posicionamento do sindicato diante desse retorno de parte dos servidores da rede pública de educação, a partir de hoje (14/04), conforme determinação do Comitê Extraordinário Covid-19 do Governo de Minas.

Catarina explica que este momento a categoria vivencia um grande dilema, diante dessa determinação do Comitê do Covid -19, onde o secretário de saúde do estado, determinou a volta às atividades de parte do corpo administrativo, no caso, diretores, vice-diretores, ATBs e auxiliares de serviço geral. “O ponto que continua nós preocupando são os auxiliares de serviços gerais porque além de serem pessoas na faixa de igual ou acima de 60 anos, muita gente é do grupo de risco da doença”, disse a líder sindical. Ela conta que vários servidores estão ligando questionando a respeito, preocupados com essa situação.

Maria Catarina afirma que o Ministério Público, após ser provocado por um grupo de deputados da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, solicitou ao Governo do Estado informações sobre esse retorno do trabalho dos servidores da Educação. “O Ministério Público manifestou, em uma da falas da promotora, que em relação ao trabalho presencial, eles serão contrários, mas em relação ao teletrabalho – isso no meu entendimento – que não haveria problema nenhum, claro que o teletrabalho não vai envolver a presença do trabalhador”, explicou Catarina.

A líder sindical disse que o sindicato aguarda o posicionamento do MP em relação, especificamente, ao trabalho de auxiliares de serviços gerais, que são profissionais que não tem como executar o teletrabalho em suas casas.

Sobre a situação nas escolas de Divinópolis, Catarina explica que a Superintendência Regional de Ensino fez uma reunião com os gestores, onde foram acertados todos os detalhes e exigido um plano de atendimento que não pesasse, principalmente, aos auxiliares de serviços gerais. “As escolas hoje (14/04) amanheceram funcionando parcialmente porque segundo a Superintendência Regional de Ensino aquelas escolas que ainda estavam sem equipamento de proteção individual – como máscara, álcool gel, material de limpeza – ela não permitiu que abrisse, por isso alguns funcionários não receberam a convocação”, explicou.

Maria Catarina afirma que os gestores estão agora planejando e organizando o teletrabalho conjunto com os ATBS, que são os auxiliares de secretarias. “As escolas estão fechadas, não tem nada de aglomeração, está tudo tranquilo. Esse é o cenário em Divinópolis, dentro dessa linha de planejamento, de bastante flexibilidade. Nós já divulgamos tudo que é necessário que as pessoas providenciem em relação ao grupo de risco. É uma série de medidas que eles têm que fazer . Essas pessoas vão ficar em casa, terão o direito lógico de ficar em casa, mas terão que comprovar o grupo de risco, ao qual ela declarou, quando assinou o termo de compromisso”, orientou.

Próximo passo
Ainda de acordo com a líder sindical no dia 22 de abril, os professores especialistas serão convocados para compreender como serão as ferramentas de trabalho disponibilizadas pelo Governo do Estado para a preparação do teletrabalho das aulas que serão destinadas aos alunos. A programação é de uma semana de planejamento, sendo que no dia 04 de maio serão divulgadas as estratégias para que o aluno tenha as aulas à distância. “O sindicato reitera que estamos preocupados como serão essas estratégias, porque queremos que todo o aluno, tenha acesso as aulas. Famílias, que têm dificuldade de acesso à internet, como vão fazer? É essa a nossa preocupação, então estamos aguardando esses encaminhamentos”, declarou.

Posicionamento
Catarina disse que o Sind-Ute/MG é terminantemente contra essas medidas, contra o trabalho presencial, visto que são mais de 50 mil trabalhadores da Educação, e mesmo a situação de teletrabalho, visto que  algumas pessoas terão que sair de suas casas, em momento que exige muita cautela e atenção de todos. “Por enquanto, o Ministério Público não regulamentou nada. Acho que esse diálogo, entre governo, sindicato e Ministério Público precisa ser esclarecido o mais rápido possível porque está gerando muita aflição e ansiedade, dentro da categoria”, declarou.

Greve
Catarina reafirmou mais um vez que a greve da Educação não foi suspensa no Estado. “A greve não foi suspensa, portanto a gente pede àqueles companheiros, que terminaram o dia 18 de março em greve, que continua em greve. Aqueles companheiros, que queiram participar do movimento grevista, é só comunicar a seu diretor de escola, mas digo, bem claramente, isso é uma decisão puramente do trabalhador. Neste momento, ele vai olhar a sua questão pessoal, como é pessoal ele entrar na greve, é pessoal ele sair da greve. O sindicato nunca forçou ninguém a fazer a greve, tanto é que a gente tem a maior dificuldade de fazer um movimento maior, então dizer que o sindicato reafirma isso, que precisa ser claro”, enfatizou.

 


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