Atuação dos servidores municipais evita aumento da crise no sistema de Saúde de Divinópolis

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Em tempos de crise no sistema, servidores municipais da saúde seguram o rojão (Foto: Diretoria de Comunicação/PMD)
Em tempos de crise no sistema, servidores municipais da saúde seguram o rojão (Foto: Diretoria de Comunicação/PMD)

O Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis e Região Centro-Oeste (Sintram) tem como prioridade a valorização do servidor público como mecanismo de boa gestão pública. Ao longo dos anos, apesar da permanente luta do Sintram para conseguir mais respeito e dignidade aos servidores, com salários decentes e condições de trabalho adequadas, as administrações públicas de toda a base não têm respondido à altura para atendimento das justas reivindicações da categoria, especialmente com salários dignos.

“Nosso esforço em busca de melhores salários têm sido infrutíferos, já que as administrações ainda teimam em ignorar que sem o servidor público não há boa gestão. Os servidores municipais, especialmente aquele que está na ponta do atendimento ao cidadão, são os principais responsáveis por uma boa avaliação do governo e isso não tem sensibilizado os gestores. Como exemplo, podemos citar os profissionais da saúde, que se desdobram para garantir um atendimento de qualidade com profissionalismo e respeito ao cidadão, evitando que a crise se torne ainda mais grave no sistema”, declara o presidente o Sintram, Marco Aurélio Gomes.

O exemplo citado pelo presidente do Sintram pode ser comprovado em números. No momento em que a saúde terceirizada em Divinópolis não funciona, com más gestões, mortes sob suspeita de erros médicos e negligência, o sistema municipal sob responsabilidade do município se mantém firme como o porto seguro para garantir que o cidadão não fique desprotegido.

Números da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) mostram que somente nos primeiros quatro meses de 2024, as unidades de saúde do município foram responsáveis por 186.608 procedimentos, o que dá uma média diária de 2.248 atendimentos ao cidadão. Essa média supera, inclusive, a média de todo o ano passado, que foi de 2.067 atendimentos diários.

Os números são ainda mais impactantes quanto se trata dos atendimentos individualizados por equipes de profissionais. Somente os enfermeiros foram responsáveis no primeiro quadrimestre de 2024 por 61.713 atendimentos. Considerando que hoje a Prefeitura dispõe de 396 enfermeiros, cada profissional foi responsável por 156 atendimentos ao cidadão. A média diária foi de 744 atendimentos pelas equipes de enfermagem.

Já os médicos das unidades de saúde também tiveram que se desdobrar nos primeiros quatro meses do ano. Segundo a Semusa, foram 99.055 atendimentos realizados pelos médicos, o que dá uma média diária de 1.193 procedimentos.

Esses números consideram apenas as unidades de saúde, não incluindo os atendimentos feitos pelas equipes de rua e de saúde bucal.

“Como se vê pelas estatísticas da Semusa, a atuação de enfermeiros e médicos do município com certeza evita a contaminação de todo o sistema. Sem vagas para internações nos hospitais, com a superlotação permanente na UPA , são os servidores municipais das unidades de saúde – enfermeiros, técnicos de enfermagem, agentes de saúde, equipes de saúde bucal, equipes de laboratório – que são suporte ao sistema e evitam que a população faça uma avaliação ainda pior do governo do município. É nesse sentido que continuaremos nossa permanente batalha para que todos os servidores sejam reconhecidos, respeitados e tenham salários decentes. Costumo dizer que servidor não é gasto, é investimento. E a cada dia vejo que essa realidade se consolida”, pontua Marco Aurélio Gomes.

NÚMEROS

De acordo com o Portal Transparência, a Secretaria Municipal de Saúde conta atualmente com 1.926 servidores, dos quais 1.364 efetivos, 535 com contratos temporários e 20 sob outra forma de vínculo. São 396 enfermeiros e 450 técnicos de enfermagem. Para atendimento de todas as especialidades, a Semusa tem hoje 170 médicos, dos quais apenas 68 (40%) são efetivos. São 102 médicos contratados (60%).

Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram


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