Vacina da UFMG seria mais eficaz contra variantes da Covid

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Ainda em fase de testes, imunizante 100% brasileiro poderia significar soberania nacional no combate à pandemia.

A possibilidade de fabricação de uma vacina mineira mais eficiente contra a Covid-19 e suas variantes pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em 2022, deixou os deputados da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) esperançosos, durante visita realizada pela Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia na manhã nesta sexta-feira (21/5/21).

A deputada Beatriz Cerqueira (PT) e os deputados Bartô (Novo), Coronel Henrique (PSL) e o deputado federal Rogério Correia (PT-MG) foram recebidos no Centro de Tecnologia de Vacinas (CT-Vacinas) da UFMG, onde assistiram apresentação do coordenador do Centro de Pesquisas, Ricardo Tostes Gazzinelli. Eles também tiveram a oportunidade de visitar os laboratórios, onde está em fase de desenvolvimento a SpiNTec, vacina contra a Covid-19 produzida pelos pesquisadores mineiros em parceria com a Fiocruz e o Ministério da Ciência e Tecnologia.

De acordo com o pesquisador, a vacina apresentou resultados muito animadores em animais, por ser muito eficiente em estimular o sistema imunológico, incluindo níveis altos de anticorpos e de resposta de linfócitos T. Ela também seria mais eficiente contra as variantes da Covid-19 que as vacinas atuais, por usar proteína recombinante. “A proteína N não é tão exposta, por isso não é tão sujeita às mutações”, explicou.

Pesquisador defende soberania nacional na produção de vacina

No entanto, ainda há várias etapas até a produção industrial da vacina. “Agora estamos buscando recursos para produzir o lote piloto de vacinas e fazermos os testes de segurança, para depois submetermos a vacina à Anvisa e, em dezembro deste ano, se tudo der certo, iniciarmos a Fase 1, de testes em humanos”, explicou.

O pesquisador ressaltou, no entanto, que o País anualmente gasta dezenas de bilhões de reais com transferência de tecnologia e é fundamental pensar em investimentos a médio e longo prazo para uma cadeia de produção 100% brasileira, que não dependa de insumos estrangeiros, garantindo a soberania nacional no combate a pandemias e epidemias.

“Agradeço o apoio dos deputados nesse momento crítico. Eu acredito que isso vai permitir que nossos projetos avancem, não apenas na resolução desta questão de calamidade pública que enfrentamos, mas também no nosso plano estratégico de termos no Estado um centro de tecnologia de vacinas que pode mudar o panorama da biotecnologia no País. Precisamos estar preparados para enfrentar novas pandemias, epidemias e inclusive combater doenças negligenciadas pela indústria, mas que continuam a ser grande problema pro País, como a dengue e a malária”, explicou.

Em abril deste ano, o presidente da ALMG, deputado Agostinho Patrus (PV), se comprometeu a incluir, por meio de uma emenda ao Projeto de Lei (PL) 2.508/21, do governador Romeu Zema, a destinação do valor de R$ 30 milhões necessário para as fases 1 e 2 dos testes da SpiNTec.

O projeto autoriza a utilização de recursos oriundos de acordo judicial firmado com a Vale para a reparação de danos causados pelo rompimento da barragem da mineradora em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, que matou 272 pessoas em janeiro de 2019.

Durante a visita desta sexta (21), a presidenta da comissão e autora do requerimento, deputada Beatriz Cerqueira, entregou voto de congratulações aos pesquisadores, por suas contribuições ao Estado na pesquisa e desenvolvimento científicos.

De acordo com a parlamentar, o objetivo da visita foi apresentar o trabalho da UFMG à sociedade. “Queremos que a ALMG contribua para a criação de um centro nacional de vacinas e de monitoramento de pandemias em BH, para termos uma vacina mineira contra a Covid. Além disso, aqui desenvolveu-se o método do teste molecular do PCR, atualmente muito em uso em todo o País, o que nos enche de orgulho”, afirmou.

O deputado Coronel Henrique destacou que na UFMG já foram desenvolvidas vacinas inovadoras, como a Leishtec (vacina contra Leishmaniose), o que mostra o papel importante da universidade na Pesquisa e Desenvolvimento. “Atualmente o Brasil já tem autonomia para o desenvolvimento de vacinas veterinárias. Precisamos fortalecer a produção inicial desta vacina e lutar para que haja cooperação numa produção maior e mais pioneira de vacinas para seres humanos”, completou.

Fonte: ALMG


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