As últimas 24 horas trouxeram mudanças alarmantes no quadro sanitário de Divinópolis e o colapso no sistema de saúde já coloca a cidade em uma situação de emergência, já que há o risco de morte por falta de atendimento médico. Em nota distribuída pela Diretoria de Comunicação, a Prefeitura detalha a falta de leitos e confirma que 142 pacientes de covid-19 aguardam vagas para internação, dos quais 60 precisam de uma Unidade de Terapia Intensiva e outros 82 precisam de vagas em enfermarias.

A diretora de Urgência e Emergência, da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), Cristiane Silva Joaquim, diz que tanto na rede hospitalar pública quanto na privada, a situação é extrema. “A falta de leitos significa risco de morte para quem precisar de atendimento com urgência”, diz a diretora.

Segundo a Prefeitura, o momento exige um “rigoroso isolamento social” e o cumprimento das medidas sanitárias em vigor. A Semusa admite que a situação pode tornar-se ainda mais grave, se não houver a colaboração da população, que ainda insiste em aglomerações, festas clandestinas e muitas pessoas ainda se negam a utilizar a máscara.

JOVENS

O que chama a atenção é que cada vez um número maior de pessoas jovens está sendo contaminado pelo vírus. No início da pandemia, criou-se o mito de uma provável resistência de jovens ao vírus, porém essa situação está sendo desmentida em todo o país e Divinópolis não foge da regra. Hoje, dos pacientes internados pela covid, 46% têm menos de 50 anos. Já 54% têm mais de 50.

Entre os casos notificados, o número de pessoas com idade entre 20 e 39 anos de idade, representa quase a metade dos registros. De acordo com o último boletim epidemiológico divulgado pela Semusa, já são 47.418 notificações.

Veja a distribuição de casos por idade

Até um ano: 441 – 0,93%
1 a 4 anos –  998 – 2,10%
5 a 9 anos – 761 – 1,60%
10 a 19 anos – 2.850 – 6,01%
20 a 39 anos – 22.844 – 48,17%
40 a 59 anos – 14.263 – 30,07%
60 ou mais – 5.261 – 11,09%

OCUPAÇÃO DOS LEITOS

De acordo com a Semusa, nesta terça-feira (23), a ocupação dos leitos do Hospital de Campanha ultrapassou a 100%. No CTI Covid adulto, que tem capacidade para 25 pacientes, foi necessário colocar dois leitos extras, elevando a ocupação para 108%. Dos 27 pacientes no CTI, 24 são de Divinópolis (88,5%).

Na enfermaria adulto foram necessários mais oito leitos extras e a ocupação passou de 12 para 20 pacientes. Isso representa 166,67% da ocupação e todos os leitos estão ocupados por pacientes de Divinópolis. A enfermaria infantil está com ocupação de 37,5% com três dos oito leitos ocupados com pacientes de outras cidades, sendo dois de Nova Serrana e um de Itaguara.

No complexo de Saúde São João de Deus, a situação não é menos grave. O CTI SUS adulto está com ocupação de 100% em seus 20 leitos. Já na enfermaria adulto a ocupação é de 80,56% com 29 dos 36 leitos ocupados. O CTI infantil está com três dos seus 10 leitos ocupados (30%).

REDE PRIVADA

Segundo a Semusa, a situação também é crítica nos quatro hospitais de Divinópolis que fazem atendimentos através dos planos de saúde suplementar a pacientes com suspeita ou com confirmação da Covid-19. A Secretaria informa que em três, dos quatros hospitais, a taxa de ocupação dos leitos de CTI está em 100%, enquanto há um hospital com 95% de ocupação. Esses quatro hospitais ainda possuem vagas de enfermaria adulto, porém já caminham para lotação, já que as taxas de ocupação são de 81%, 78%, 68% e 57%.

Reportagem: Jotha Lee
Com informações da Diretoria de Comunicação/PMD