Um movimento liderado pela Prefeitura de Divinópolis quer ativar o Hospital Público Regional para evitar o colapso total do sistema de saúde em razão do avanço acelerado do contágio pela covid-19 na cidade e região. Como macrorregião da saúde, Divinópolis é obrigada a receber pacientes de mais 53 municípios, com uma população aproximada de 1,6 milhão de habitantes. Diante desse quadro alarmante, a ativação do hospital público regional é vista como alternativa para evitar o colapso do sistema.
O primeiro passo concreto foi tomado na manhã de sexta-feira (19) ocasião em que foi realizada uma visita técnica ao Hospital Público Regional de Divinópolis com a presença de autoridades e equipe de profissionais para analisar a possibilidade de abertura de novos leitos no local. Segundo a Prefeitura, a expectativa é que o município possa ampliar o quantitativo de leitos de imediato para o enfrentamento à covid-19. Técnicos do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Social (IBDS), responsável pela gestão da UPA Padre Roberto, analisaram se a parte do hospital que está praticamente terminada, tem condições de ser utilizada de imediato e a previsão é de que sejam instalados no local 40 leitos de enfermaria e 20 de CTI para atendimento às pessoas com covid-19.
Além da quantidade de leitos, outra questão a ser analisada é a capacidade de contratação de equipe técnica disponível para trabalhar no local. “É de total interesse do município de Divinópolis que mais leitos possam ser abertos o quanto antes”, informa nota oficial.
A avaliação sobre a viabilidade de utilização do hospital regional será feita pelo chefe de gabinete da secretaria de Estado da Saúde, João Márcio Silva de Pinho; a gerente do Projeto de Hospitais Regionais, Carla Carvalho Martins; a enfermeira e chefe do escritório de Gestão de Leitos do Governo do Estado, Adriana Vilela Ávila de Castro; e os assessores Izabella Oliveira Nascimento, Ana Claudia e Alexandre Scotti.
OBRAS PARADAS HÁ CINCO ANOS
A construção do Hospital Público Regional de Divinópolis foi anunciada em 2009 pelo então prefeito Vladimir Azevedo, com previsão inicial de custos de R$ 48 milhões. A entrega da unidade foi anunciada para 2012 e as obras foram iniciadas em 2010. Entretanto, em 2016, as obras foram paralisadas definitivamente, depois de investimentos que chegaram a R$ 60 milhões. No ano passado, a Prefeitura informou que ainda serão necessários mais R$ 100 milhões para a conclusão da obra.
Sem manutenção, a estrutura do Hospital apresenta problemas. Mofo nas paredes e infiltração no teto são situações comuns. Rachaduras no piso e danos em parte da rede elétrica também estão à vista. Além de reformas estruturais que permitam a instalação de leitos e equipamentos, ainda há a necessidade de contratação de profissionais. Essas questões ainda não foram analisadas.
Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram