Sind-Ute Divinópolis afirma que greve da Educação continua e critica postura do Governo de Minas

A diretora do Sind-Ute Divinópolis, Maria Catarina Laborê, afirmou que a greve dos professores continua, mesmo diante da suspensão das aulas pelo Governo de Minas Gerais, devido à pandemia do Covid-19(Novo Coronavírus). A líder sindical afirma que o movimento paredista só será suspenso pelo Sindicato se assim a categoria deliberar. Criticou a forma como o governador vem conduzindo a crise no estado com atitudes que prometem precarizar ainda mais a Educação e também a falta de compromisso e respeito com o funcionalismo, uma vez que Zema anunciou essa semana pagamento para a saúde e segurança e não deu qualquer previsão de pagamento para os demais servidores, que igualmente necessitam dos recursos para sobreviverem.

A líder sindical traçou uma panorama da atuação do sindicato, que estava conduzindo a greve na região, quando houve o anúncio de suspensão das aulas devido a pandemia do Coronavírus. “No dia 18 de março, 20 escolas estavam mobilizadas e 17 escolas estavam totalmente paralisadas em Divinópolis, mas no decorrer do anúncio da suspensão da aulas, algumas escolas retornaram, suspendendo a greve. Uma atitude que nós consideramos muito triste porque a categoria sabe muito bem que situações como essas não ocorre falta para ninguém, (…)fica todo mundo numa situação nivelada”, explicou.

Trabalho
Catarina conta que o trabalho do sindicato continua através de videoconferências, tanto em reuniões da diretoria local como estadual. “A nível estadual, já fizemos interferência a mais esse desmando do governo Zema que dia 09 de abril estará pagando os servidores da saúde e da segurança integralmente. Isso vem acontecendo muito tempo e nós, trabalhadores da educação, aliás todo o restante dos servidores, não sabemos que dia que esse governo irá anunciar a provável data desse pagamento. Disse que tudo está atrelado a arrecadação, que a receita caiu, aquela desculpa de sempre”, denunciou Catarina.

Sobrevivência
A líder sindical disse que, neste momento dramático, o governo tem que entender que a questão de sobrevivência é linear para todos. “Mais uma vez, o governador Zema demonstra que governa de improviso e utiliza recursos da Educação para o pagamento integral de outras categorias igualmente importantes, enquanto não nos dá nenhuma previsão de quando poderemos abastecer nossas despensas. (…) É um governo que não dialoga, um secretariado totalmente pautado pelo estado mínimo. Estamos continuando a denunciar e disposta a continuar a luta da forma que der porque as nossas atividades não pararam e nem podem parar”, expressou Catarina.

Exoneração
Catarina disse que através da deputada Beatriz Cerqueira foi possível garantir que nenhum trabalhador seja exonerado neste período de pandemia. “Tivemos companheiros que perderam o contrato em 18 de março, que foram dispensados, mas nós já conseguimos a reintegração desses companheiros”, explicou.

Ipsemg
Ela abordou também sobre o Ipsemg, que a categoria vem enfrentando a falta de atendimentos e que agora diante dessa pandemia promete precarizar ainda mais. “O IPSEMG que já estava abandonado, continua mais abandonado ainda. Aqui em Divinópolis nós temos alguns atendimentos, mas é preciso dizer para a categoria que o IPSEMG daqui está atendendo de maneira mais estrita ainda”, disse.

Reposição aulas
Sobre a reposição das aulas, a líder sindical disse que é também um ponto que preocupa muito o sindicato, já que o governo mantém silêncio sobre o assunto. “Nós não podemos comparar a reposição da rede estadual com a rede privada e o colégio Tiradentes. Nós recebemos a orientação Nº 01/2020 publicada no Jornal Minas Gerais, no dia 23 de março, com todas as orientações advindas dos órgãos competentes da Educação, aí engloba o Conselho Estadual de Educação, o Conselho Federal de Educação, órgãos ligados à Secretaria e esta orientação é clara essa reposição tem que ser bastante adequada às diferenças sociais, regionais, as peculiaridades locais “, explicou.

13º salário
A líder sindical denuncia ainda que além de não dar nenhuma previsão do pagamento deste mês, o Governo ainda não pagou o 13º salário de 40 mil trabalhadores da Educação. “O governo continua a isentar em R$ 6 bilhões os grandes empresários e não cobra a dívida da União com o Estado referentes às compensações da Lei Kandir. Não é justo a categoria que educa todas outras ainda ter mais de 40 mil trabalhadores e trabalhadoras que sequer receberam o 13º salário de 2019”, disse.

Greve
Maria Catarina frisou que as escolas que não suspenderam a greve devem aguardar orientação do Sind-Ute/MG. “Aquelas escolas que não suspenderam a greve é importante aguardar orientação deste sindicato. Provavelmente, faremos uma reunião de uma forma mais articulada com todo o estado para que possamos ouvir dessa categoria essa posição. A greve somente será suspensa se assim a categoria manifestar, vamos fazer isso em cada subsede. Certamente não suspenderemos a greve sem o respaldo e o aval da categoria, que é o mais importante neste momento”, declarou.

Concursos
Catarina disse que o Sindicato está preocupado também com o Projeto de Lei 1777 , do Governo de Minas, aprovado pela Assembleia Legislativa, o qual prevê várias medidas durante a pandemia, e inclusive determina a paralisação das nomeações dos aprovados em concurso, o que pode precarizar ainda mais a Educação no Estado. “Nós entendemos que a situação complexa dessa pandemia, não discordo, mas também não vamos aceitar que o Governo de Minas aproveite deste momento para precarizar ainda mais a situação dos trabalhadores da educação “, declarou.

Solidariedade
Maria Catarina finalizou dizendo que o sindicato é solidário a toda essa situação, inclusive estão sendo promovidas campanhas para ajudar pessoas que necessitam de doações e há a preocupação de necessidades financeiras dentro da própria classe. “Não vamos aceitar de forma nenhuma que esse governo nos enrole com essa data desse pagamento até porque esse pagamento ainda está chegando para a categoria de forma parcelada”, finalizou.

Reportagem: Flávia Brandão
Comunicação Sintram