Servidores municipais de São Paulo entram em confronto com a polícia e guardas civis durante protesto contra a reforma da previdência municipal

Servidores públicos da Prefeitura da cidade de São Paulo entraram em confronto com policiais militares e guarda civis metropolitanos nesta quarta-feira (10), durante protesto contra a Reforma da Previdência Municipal proposta pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB). O protesto, realizado em frente à Câmara Municipal de São Paulo antes da votação do Projeto, era contra a aprovação da proposta que, a exemplo de todas as cidades a base do Sintram, elevou a alíquota previdenciária da categoria paulista de 11% para14%.

Com faixas e cartazes contra o prefeito, os manifestantes começaram a se concentrar em frente à Câmara por volta de 14h. Por volta das 16h30, houve confronto entre manifestantes e agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM), que acompanha o protesto. Foram jogados ovos, garrafas e mastros de bandeira contra o prédio da Câmara, o que foi respondido pelos policiais com tiros de bombas de gás.

A Guarda Civil Metropolitana (GCM) de São Paulo lançou bombas, no início da noite contra os manifestantes. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias no Município de São Paulo (SindSep), ao menos três servidores precisaram de atendimento. Segundo a entidade, uma servidora da Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento foi ferida com gravidade e levada a um Pronto Socorro na região da Luz.

Segundo o sindicato, a GCM passou a atirar bombas e a dispersar os manifestantes assim que ovos foram atirados contra o prédio da Câmara dos Vereadores. Às 20h15, os servidores permaneciam nas proximidades do prédio, mas a fachada principal do edifício estava isolada pelos guardas.

Em nota, a prefeitura de São Paulo disse que a atuação da Secretaria Municipal de Segurança Urbana, por meio da Guarda Civil Metropolitana, teve por objetivo garantir a segurança do local, dos manifestantes e servidores do legislativo municipal. “Os agentes sofreram investidas dos manifestantes, que buscavam adentrar o prédio. Os protocolos de uso progressivo da força foram utilizados para conter a situação e evitar danos”.

PROJETO APROVADO

Em meio aos protestos, a Câmara Municipal de São Paulo aprovou no início da madrugada desta quinta-feira (11), em segunda e definitiva votação, a Reforma da Previdência do funcionalismo público encaminhada pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB). O projeto de emenda à Lei Orgânica (PLO) recebeu 37 votos favoráveis e 18 contrários. Como se trata de PLO, não há necessidade de sanção do prefeito. O texto entrará em vigor em 120 dias.

A lei prevê que cerca de 63 mil aposentados que ganham mais que um salário mínimo (R$ 1.100) passem a contribuir com a Previdência municipal com uma alíquota de 14%. Na atual regra do município, o percentual só é descontado de quem ganham acima de R$ 6.433.

Reportagem: Jotha Lee
Com informações da Agência Brasil
Fotos: SindSep