Comemorado nesta quarta-feira (12), o Dia do Enfermeiro praticamente passou despercebido pela grande maioria da população. Esses profissionais, que todos os dias do ano são responsáveis por cuidar de centenas de pacientes, vivem hoje uma situação ainda mais difícil. Com a pandemia, a profissão, que se já era de alto risco, tornou-se ainda mais tensa, diante de um inimigo que já matou mais de 420 mil brasileiros, entre eles 368 divinopolitanos.

No quadro dos servidores públicos do município de Divinópolis, a Prefeitura conta com 462 profissionais entre enfermeiros, técnicos de enfermagem e auxiliares de enfermagem, distribuídos em 43 unidades de saúde do município. São esses profissionais que estão na linha de frente de combate ao coronavirus no município. Mesmo cansados, tensos e muitas vezes sofrendo pressões que vêm de autoridades, eles permanecem firmes, cumprindo sua missão que é salvar vidas.

Nesse período de pandemia, o trabalho desses profissionais ganhou maior visibilidade para proteção à saúde.  Na opinião do prefeito de Divinópolis, Gleidson Azevedo (PSC), a atuação de cada profissional durante a vacinação contra a Covid-19 é um exemplo de dedicação. “A função dos enfermeiros é primordial para garantir a recuperação e salvamento de vidas, principalmente neste período de pandemia. Os profissionais estão nos hospitais, nas unidades e na linha de frente do atendimento da Covid-19. Nossos parabéns para esses profissionais de extrema necessidade e são exemplos de dedicação”, afirmou.

O discurso do prefeito é óbvio e não poderia ser diferente. Entretanto, falta mais apoio a esses profissionais, como destaca a presidente do Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis e Região Centro-Oeste (Sintram), Luciana Santos. “Nossos profissionais da enfermagem mostraram ao longo desse período de pandemia o quanto são importantes para a cidade, embora essa importância seja demonstrada todos os dias. Não basta ao prefeito dizer palavras óbvias sobre a categoria. É preciso que se dê a esses profissionais segurança para o exercício de atividade de tamanha importância, equipamentos de proteção adequados, condições de trabalho menos hostis como eles têm enfrentado, proteção contra ataques políticos como eles têm sofrido, partindo especialmente de alguns ocupantes de cadeiras legislativas. O que nós queremos é que nossos profissionais possam trabalhar com dignidade, pois não há dúvida que essa é uma profissão que muito mais do que qualquer outra, exige muito amor ao próximo”, destacou Luciana Santos.

RECOMPENSA

Trabalhar nesse período de pandemia tem sido um desafio para os profissionais da enfermagem. Não bastasse o crescimento da demanda, ainda há o risco permanente de contágio e a morte muito próxima, embora a classe não se dê por vencida, mantendo a incansável luta pela vida. Para toda a categoria, é uma recompensa profissional estar lutando pela vida.

A enfermeira Flávia Cristina Ribeiro completou 10 anos como servidora municipal. Foi chamada para reforçar a aplicação de doses no posto de vacinação do Centro Administrativo e acredita ser uma recompensa. “Estava na unidade de saúde da Comunidade do Quilombo e fui chamada para ajudar aqui e já vacinamos milhares de divinopolitanos. É uma recompensa contribuir com a vacinação contra o vírus”, destacou.

O técnico de enfermagem Walter de Carvalho Souza é servidor desde 2006. Estava na unidade de saúde do Danilo Passos e, atualmente, está apoiando a vacinação da Covid-19 no Centro Administrativo.  “É uma honra para nós profissionais contribuir com esse momento. Será lembrando pelo resto da vida a vacinação contra a Covid-19”, afirmou Carvalho.

O Dia Internacional da Enfermagem passou a ser uma data comemorativa no Brasil em 1938. No país se comemora a celebração da Semana da Enfermagem, que começa em 12 de maio (com o Dia Internacional da Enfermagem) e termina em 20 de maio (com a comemoração do Dia do Auxiliar e Técnico de Enfermagem).

“Esperamos que nossas autoridades tenham a sensibilidade de reconhecer que os enfermeiros merecem muito mais do que palavras. Além daquilo que é básico para qualquer trabalhador, que são condições adequadas de trabalho, esperamos que haja mais respeito para todos os nossos profissionais da enfermagem, que nesse período de pandemia se tornaram mais evidentes, porém a importância de cada um deles para a vida, é imensurável”, frisou a presidente do Sintram, Luciana Santos.

Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram