Na última sexta-feira (06/03) foi realizado pelo SindUte Divinópolis, na Escola Estadual Joaquim Nabuco, assembleia municipal para discutir a adesão dos professores à greve estadual, que está em curso no estado na luta pelo pagamento dos piso da categoria e pela valorização da educação, na tentativa de combater as políticas de retrocesso impostas pelo governo de Romeu Zema. O balanço do SindUte Divinópolis aponta que 14 escolas aderiram à greve na cidade, sendo que cinco estão com as atividades totalmente paralisadas e nove parcialmente. A expectativa é que mais profissionais abracem o movimento nesta terça-feira (10/03). O Movimento Unificado de Divinópolis, do qual o Sintram é integrante esteve presente na assembleia, manifestando o apoio a luta da Educação no estado.
Maria Catarina Laborê, Diretora do Departamento de Comunicação SinDute Divinópolis, destacou que a assembleia da última sexta-feira mostrou o fortalecimento da greve na cidade, que até então se mostrava “meio tímida” no movimento, sendo esse é um momento importante e decisivo na luta dos profissionais. “Na nossa assembleia do dia 06 de março para nossa surpresa, nós tivemos uma assembleia bastante lotada com uma discussão excelente sobre o fortalecimento da greve. Aqueles que a gente achava que iria retornar ao trabalho, fortaleceram o movimento, sendo que estamos hoje com um quadro de quase 20 escolas aderindo à greve, por tempo indeterminado”, disse Catarina, que está em contato com as escolas e de hoje para amanhã, a expectativa é que mais instituições engrossem a luta na defesa dos direitos da categoria.
BALANÇO
No balanço do sindicato estão em greve total as seguintes escolas de Divinópolis: E. E. Luiz Viana, E. E. Dona Antônia, E. E. Miguel Couto, E. E. Padre Matias, E. E. Armando Nogueira. Em paralisação parcial das atividades estão: E. E. Joaquim Nabuco, E. E. Martin Cyprien, E. E. Henrique Galvão, E. E. Halim Souki, E. E. São Francisco de Assis, E. E. Antônio da Costa Pereira, E. E. Antônio Olimpio de Morais, E.E Monsenhor Domingos e E. E. S. Tomás de Aquino.
NEGOCIAÇÃO
A líder sindical conta que a negociação com o governador Romeu Zema, na última quinta-feira (05/03), foi vergonhosa. “A negociação que ele (governador) pediu no dia 05 de março foi vergonhosa, porque ele mal recebeu a Comissão de Negociação, tratou mal a Comissão de Negociação, desrespeitando as mulheres, que ali estavam. Não disse nada de concreto, disse que tem até o dia 17 de março para apreciar a emenda da deputada Beatriz Cerqueira, que contempla reajuste para todas as categorias do funcionalismo público. Não disse nada de concreto sobre o 13º salário, o pagamento continua parcelado, amanhã inclusive, vamos receber a primeira parcela, mas a segurança pública já recebeu”, explicou.
MOVIMENTO UNIFICADO
Maria Catarina disse que a presença do Movimento Unificado de Divinópolis na assembleia de sexta-feira do SindUte foi muito importante. O Sintram esteve presente representado pelo vice-presidente, Wellington Silva. “A presença dos sindicatos unificados em nossa assembleia foi de fundamental importância, quero agradecer ao companheiro Wellington, que deu uma fortalecimento muito grande do ponto de vista político da luta, da coletividade. A companheira Elimara, do Sindicato da Justiça, o Sitraemg, ambos foram importantíssimos. É isso que faltava, é essa unidade que nós temos que ter, esse apoio dos sindicatos comprometidos. É claro que muitos sindicalistas não puderam ir, infelizmente, mas foi um apoio muito grande, cada qual levou sua luta, levou seus desafios e foi muito importante. Esse é o primeiro passo”, destacou Catarina.
MOBILIZAÇÃO
A sindicalista explica que está agendada uma nova assembleia estadual da Educação para o próximo dia 12 de março, em Belo Horizonte, e uma caravana está sendo organizada pelo SindUte Divinópolis para levar o maior número de profissionais da cidade. Os interessados deverão ligar para o sindicato, no telefone 3-2223326, até amanhã(11/03) às 8h. Catarina conta que tem visitado as escolas para conscientizar os trabalhadores a unirem forças ao movimento e que os debates têm mostrado o grande nível de consciência da necessidade da luta na defesa dos direitos, que estão sendo retirados pelo governo do Estado. “Estamos visitando as escolas e nesta assembleia do dia 12 de março, (…) queremos fortalecer essa caravana, colocando muita gente de Divinópolis nesta assembleia estadual”, explicou.
No dia seguinte a assembleia estadual, dia 13, Catarina detalha que será realizada a assembleia municipal em Divinópolis, em local que ainda será definido e divulgado aos trabalhadores. “É esse o recado que eu tenho que dar da luta pela continuidade séria da greve e se for necessário, de acordo com a vontade dessa categoria, com a força, resistência, mesmo enfrentando vários tipos de ameaças, como uma delas que tem que pagar essa greve até 30 junho, nós vamos reverter esse quadro. Estamos andando nas escolas e a gente vê a penúria, a dificuldade, a diminuição do quadro de funcionários, as vezes professores com 200 alunos nas escolas, medo da escola fechar, outras escolas super lotadas e diretor exercendo a função de vice-diretor, de especialista de secretaria, porque de acordo com o número de alunos, que o próprio governo diminuiu, não pode ter mais contratos”, denunciou.