
A taxação em 50% dos produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos está entrando hoje. A medida adotada pelo governo americano faz parte da chantagem internacional que o Brasil está sofrendo, a pedido da família Bolsonaro e seus aliados para que o ex-presidente Jair Bolsonaro, réu em uma ação penal no STF, seja anistiado. O governo dos Estados Unidos tenta regular o Judiciário brasileiro e condiciona as taxas à anistia ao ex-presidente que tramou um golpe de Estado em 2022, tendo sido o principal responsável pelos ataques a Brasilia no dia 8 de janeiro de 2023.
Minas Gerais, terceiro maior Estado exportador para os Estados Unidos, com US$ 4,6 bilhões em exportações em 2024, será significativamente afetado, de acordo com estudo da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais. Segundo o estudo, o Estado terá aproximadamente 37% de suas exportações isentas, com destaque para itens como ferro fundido, ferro-nióbio e aeronaves. No entanto, 63% da pauta mineira permanece sujeita à tarifa, atingindo produtos como café, carnes bovinas e tubos de aço.
No curto prazo, a Fiemg estima que a economia mineira poderá ter uma perda de R$ 4,7 bilhões no PIB e redução de mais de 30 mil empregos em prazo de até 2 anos. Em um horizonte de cinco a 10 anos, os impactos podem ultrapassar R$ 15,8 bilhões no PIB estadual e eliminar mais de 172 mil postos de trabalho. Os efeitos recaem principalmente sobre os setores de siderurgia, pecuária, fabricação de produtos da madeira e calçados.
Para o presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, o momento exige maturidade e diálogo institucional. “A imposição dessas tarifas, ainda que parcialmente suavizada pelas isenções, foi unilateral e sem negociação com o governo brasileiro. É fundamental que o Brasil atue diplomaticamente para ampliar o número de produtos isentos, preservar sua competitividade no mercado internacional e proteger empregos e investimentos nacionais”, destaca Roscoe.
Com informações da assessoria