Estação Ferroviária de Amadeu Lacerda é tombada como patrimônio cultural de Divinópolis

A tradição ferroviária de Divinópolis, que cresceu no entorno da Rede Mineira de Viação, será resguardada através de ações previstas pelo Conselho do Patrimônio Cultural da cidade (Compac), que já iniciou ações para a preservação das estações ferroviárias construídas no município. Entre os alvos do Compac estão as estações de Santo Antônio dos Campos (Ermida) e de Amadeu Lacerda.

Segundo a historiadora da Prefeitura e secretária do Conselho, Karine Mileibe, a discussão e a implantação de política municipal de patrimônio cultural são essenciais. “É no Conselho que se debate sobre patrimônio cultural protegido por tombamento e por registro como patrimônio imaterial”, afirmou. As ações do Compac já foram iniciadas e a primeira estação tombada oficialmente como Patrimônio Cultural de Divinópolis é a de Amadeu Lacerda. Através do decreto 13.500, publicado na edição de hoje do Diário Oficial dos Municípios, o prefeito Galileu Machado (MDB) declarou o imóvel como patrimônio cultural da cidade.

HISTÓRIA

Inaugurada no dia 28 de agosto de 1881, a Estrada de Ferro Oeste de Minas que contava então com as estações de Sítio, Barroso, São José del-Rei (posteriormente Tiradentes) e São João del-Rei, foi a largada para que a ferrovia chegasse a Divinópolis. Com dificuldades financeiras e dívidas acumuladas, foi decretada a liquidação forçada da companhia em abril de 1900, vindo a mesma a ser adquirida pelo governo federal em 13 de junho de 1903, depois de estar sob a guarda de um banco alemão e do próprio governo federal.

A partir de 1903 a Estrada de Ferro Oeste de Minas foi uma das estradas de ferro encampadas pelo governo federal, vindo a ser arrendada ao governo de Minas Gerais em janeiro de 1931 para formar a Rede Mineira de Viação (RMV). Em 1910 começou a construção das Oficinas da Rede e inauguração do trecho ferroviário de Belo Horizonte à Estação Henrique Galvão, localizada em Divinópolis, hoje conhecida como a Estação da Cultura. A estação de Henrique Galvão, nome do construtor da ferrovia, foi inaugurada em 1890.

A partir da rede ferroviária, Divinópolis começou a crescer, tornando-se na principal cidade do Centro-Oeste de Minas Gerais. Por essas razões, a linha férrea tem um grande valor sentimental para a população da cidade e a preservação das estações localizadas no município, tem como objetivo manter essa tradição e preservar a história.

O tombamento definitivo do imóvel da Estação Ferroviária de Amadeu Lacerda, é o inicio das ações do Conselho do Patrimônio Cultural para a preservação de outros bens históricos do município. Atualmente a Estação de Amadeu Lacerda é utilizada pela concessionária VLI, parte do patrimônio da União, sob a guarda do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte – DNIT. A próxima estação a ser tombada pelo Patrimônio Cultural é a de Santo Antônio dos Campos (Ermida)

APITO DA REDE

Em outro decreto, o de número 13.499, também publicado na edição de hoje do Diário Oficial, o prefeito oficializou a proteção especial do Poder Público ao toque da sirene das oficinas da Rede Ferroviária. O decreto justifica a medida “por se constituir em uma das mais expressivas formas de expressão das manifestações culturais do município de Divinópolis”.

Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram