(37) 3216-8484  Avenida Getúlio Vargas 21 Centro, Divinópolis - MG
Compartilhe essa reportagem:

Categoria promete manifestação durante visita do governador Romeu Zema

Sem negociação, greve dos servidores municipais continua em Bambui (Foto: Pedro Gianelli/Sintram)

A greve dos servidores municipais de Bambui entra hoje no seu quarto dia, com adesão quase total dos servidores efetivos. A categoria protesta contra a aprovação pela Câmara Municipal de dois projetos de Lei que liberam o prefeito Firmino Júnior (Podemos) a entregar 20 cargos, com mais de 150 vagas, para terceirização através de organizações sociais. A concretizar o desejo do prefeito, o serviço público de Bambui vai praticamente ser extinto, uma vez que hoje, a grande maioria dos servidores já são contratados ou já estão em empresas terceirizadas.

Os números oficiais mostram que hoje são 698 servidores que prestam serviços à Prefeitura, não incluindo o elevado quantitativo de comissionados nomeados pelo prefeito para atender aos seus interesses políticos. Dos 698, 359 trabalham sob o regime de contrato temporário e não contribuem para o Instituto de Previdência dos Servidores de Bambui (Previbam). Isso significa que 51,43% da mão de obra trabalhando na Prefeitura, é composta por servidores com contratos temporários.

Na educação, segundo a própria Prefeitura, são 346 servidores, dos quais 176 são contratados temporariamente, o que representa 50,86% da categoria.

Em janeiro desse ano, sem licitação, o prefeito Firmino Júnior contratou a empresa SBR Engenharia ao custo de R$ 10 milhões por um ano de prestação de serviços. Não se sabe o número exato de contratados da empresa, mas segundo informação extraoficial, são cerca de 120 trabalhadores. Com essa contratação, o prefeito já terceirizou os serviços de conservação, ampliação e de manutenção (preventiva e corretiva com fornecimento de materiais, equipamentos e mão de obra) dos prédios e vias públicas. Esses trabalhadores são contratados no regime CLT e não contribuem para a Previdência dos Servidores.

A terceirização coloca em risco a prestação de serviços, já que empresas contratadas, seja organizações sociais ou privadas, visam o lucro no final do mês. Com isso, reduzem a quantidade de trabalhadores para diminuição de custos com salários e pagamentos de obrigações. Ainda tira da população o servidor efetivo que tem compromisso direto com a cidade, ao contrário dos contratados, que sabem que são temporários. 

Entretanto, o maior risco é com a Previdência do Município. A situação do Previbam vem sendo escamoteada pelas últimas administrações da Prefeitura e a situação já está chegando a um limite insustentável. O município está tirando dinheiro que deveria ser empregado para a população, para cobrir os rombos do Previbam e ainda reduz sua arrecadação ao transformar a prefeitura em um entreposto comandado por empresas privadas e organizações sociais. De acordo com os relatórios do Instituto, de janeiro a abril a arrecadação do Previbam foi de apenas R$ 25,2 milhões, enquanto as despesas atingiram a R$ 72,4 milhões, ou seja, são R$ 47,2 milhões de saldo negativo. Esses números estão nos relatórios disponíveis no site do Previbam.

NÚMEROS MAQUIADOS

A greve dos servidores visa evitar o agravamento do atual quadro do Previbam e do próprio serviço publico. A Prefeitura está maquiando os números da paralisação, com intuito de esvaziar o movimento. Ao contrário do que diz a Prefeitura,  67,05% dos servidores da educação da educação aderiram à greve. Os servidores que continuam nas salas de aulas e prestando serviços nas escolas são os contratados, que representam 50,86% da mão de obra nas escolas. Dos 170 servidores efetivos da educação, 114 estão parados. O restante continua trabalhando para atender a Lei de Greve.

A categoria mantém concentrações diárias em frente a Prefeitura e o prefeito continua se recusando a negociar com o Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis e Região Centro-Oeste (Sintram).

Nesta quinta-feira, o prefeito preferiu dar prioridade a inauguração de um empreendimento empresarial na cidade. Firmino Júnior esteve na inauguração de um supermercado e foi acompanhado de ruidosa manifestação dos servidores em greve. Também nesta quinta-feira foi realizada uma caminhada pelas ruas de Bambuí. Durante a caminhada, os servidores receberam apoio total da população, seguida de panfletagem e bandeiraço na Praça Coronel Torres.  

ROMEU ZEMA

Os servidores municipais prometem uma grande manifestação neste domingo, durante a visita que o governador Romeu Zema (Novo) deve fazer à cidade. Segundo a Prefeitura, o governador participará da entrega da Medalha Alysson Paulinelli, uma comenda de caráter político entregue anualmente pela administração pública de Bambui.

Os servidores já estão mobilizados e a manifestação vai protestar contra o prefeito e o governador, uma vez que tanto em Bambui, como no Estado, os servidores estão em greve e os dois políticos, ao invés de negociar e buscar uma solução, preferem priorizar eventos para promoção pessoal.

Os servidores prometem lotar a Praça Rui Santos, onde Zema e Firmino Júnior reunirão políticos que apoiam o governo, para a entrega da medalha. A manifestação deverá ser engrossada com a participação de cidadãos e servidores do Estado insatisfeitos com o governo Zema. Além de não atender as reivindicações dos servidores estaduais da educação em greve, Zema ainda quer entregar para terceirização 20 hospitais públicos e vender a Cemig e a Copasa, o que desagrada a toda população.

Reportagem: Jotha Lee
Sintram Comunicação


Compartilhe essa reportagem:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *