No segundo dia de greve geral dos servidores municipais de Bambuí, a mobilização prosseguiu firme e unida. Confira os principais acontecimentos:

- Concentração em frente à Prefeitura: logo cedo, dezenas de servidores se reuniram no Paço Municipal, reafirmando o compromisso com a luta.
- Panfletagem e bandeiraço na Praça Coronel Torres: divulgação massiva das razões da greve e acolhimento de apoio da população.
- Silêncio do prefeito: Firmino Júnior manteve-se ausente, recusando novamente qualquer diálogo direto com o Sintram.
- Proposta via assessor: insistentemente, o Executivo tentou apresentar uma “oferta” no meio da praça, sem documento formal. O presidente do Sintram rebateu: “Propostas só valem se vierem por ofício, com registro e assinatura, não em cochichos no meio da rua”.
- Falsas normalizações nas escolas: ao contrário do que a Prefeitura divulga, as unidades urbanas continuam sem efetivos concursados — hoje, há mais contratados sob pressão do que servidores. A “volta ao normal” não passa de tentativa de maquiar o desmonte.
Propostas e contraproposta
Proposta da Prefeitura (enviada em 25/06):
- Comissão para discutir cargos de novo concurso com início do processo em 25/06/2027;
- Abonação de faltas dos grevistas;
- Revisão do vale-alimentação (sem data ou índice).
Contraproposta do Sintram (assembleia com 60 participantes):
- Constituir comissão específica, com a participação de representantes da Administração e dos servidores, destinada à discussão e definição dos cargos que serão contemplados em novo concurso público cuja lei complementar 001/2025 revogou, considerando data final 25 de junho de 2027 com concurso finalizado e homologado lei revogada.
- Conceder a abonação das faltas dos servidores que participaram da paralisação para o exercício do direito de greve;
- Rever o valor do vale alimentação reajuste para R$20,00 de setembro/2025
Resposta da Prefeitura: todos os itens foram indeferidos no início da noite.

Ações e posicionamento do Sintram
“O Executivo quer intimidar, mas não vai nos calar”, afirmou o presidente do Sintram, Marco Aurélio Gomes. “Já acionamos o Ministério do Trabalho contra ameaças, remanejamentos indevidos e descontos ilegais de ponto — práticas ilícitas que o prefeito insiste em manter. Se não há negociação, levaremos o caso à Câmara dos Vereadores para as medidas cabíveis.”
Em seu Instagram, o Sintram publicou vídeo em que Marco Aurélio reforça:
“Todas as secretarias — Saúde, Obras, Transporte, Educação e Creches — estão paralisadas. Isso não é vontade dos servidores, mas resultado da política de desmonte. A Lei Complementar 001/2025 elimina cargos e corrói nossa carreira.”
Sobre a greve
Esta greve do serviço público em Bambuí é uma luta por justiça, dignidade e pela sobrevivência da cidade.
O que está em jogo é a própria existência dos serviços públicos em Bambuí; a tentativa de terceirização generalizada, somada à extinção sistemática de cargos públicos (Lei Complementar 001/2025). E essa estratégia, carrega um impacto financeiro oculto — e absolutamente desastroso.
A falência anunciada da PREVIBAM E DÍVIDA PARA O MUNICÍPIO PAGAR
A PREVIBAM, sem contribuições suficientes dos servidores da ativa, não conseguirá manter o pagamento dos aposentados.
E então, o que acontecerá?
Simples: A conta recairá sobre a Prefeitura. A Constituição exige que o ente público deve cobrir o déficit, ou seja, estão criando uma dívida gigantesca com os aposentados — UMA DÍVIDA QUE O ORÇAMENTO MUNICIPAL NAO TEM COMO SUSTENTAR. Bambuí caminha, se seguir com essa Lei Complementar, para o colapso fiscal.
Além disso, os servidores da ativa, se incorporados ao INSS, perderão todos os direitos previstos no Plano de Carreira municipal ao se aposentarem.
Próximos passos
A greve continua sem prazo para cessar, até que o prefeito revogue a LC 001/2025 e sente à mesa de negociação com o Sintram.